Política

Marcha dos prefeitos vira audiência com o governador

Publicado em 10/10/2011, às 18h19   Daniel Pinto


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A União dos Municípios da Bahia (UPB) faria, nesta segunda (10), uma manifestação para cobrar do governo do estado o cumprimento de uma série de reivindicações. Inicialmente, os prefeitos fariam uma caminhada até a governadoria. Mas, o ato de protesto ganhou outra “roupagem”. O que seria uma marcha dos municipalistas virou uma audiência com o governador Jaques Wagner.

O “encontro de camaradas” foi realizado no final da tarde, no auditório da UPB, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Como não poderia ser diferente, o anfitrião foi o presidente da entidade, Luiz Caetano (PT), prefeito de Camaçari. “Antes, queria ressaltar que o senhor é o primeiro governador é vir até essa casa para discutir as demandas dos municípios. Iríamos fazer a caminhada, mas como o senhor queria vir até aqui, nós o recebemos com aplausos”.


Depois dos “afagos”, Luiz Caetano entrou na pauta que interessava aos 215 prefeitos presentes no local. “Hoje, temos 100 municípios em situação de emergência por conta da estiagem. Queremos que eles sejam priorizados no programa Água para Todos. Também precisamos que haja uma desburocratização na assinatura de convênios com o estado. Atualmente, independe se o convênio é de 20 ou 200 mil, cada prefeito precisa enviar mais de 500 folhas de documentos e dar 10 viagens em gabinetes”.

Empolgado com a platéia, o petista solicitou a colaboração de Wagner até mesmo em questões que não são de competência do estado. “Tem outra coisa: 52 cidades perderam população depois do Censo do IBGE e, com isso, perderam recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Sabemos que essa é uma questão federal, mas pedimos a colaboração do senhor seja apoiando a causa ou então viabilizando uma espécie de contrapartida (...) Governador, estamos juntos com o senhor em todos os pactos que o senhor lança, está na hora de fazermos um pacto pelas nossas reivindicações”.

Em seu discurso, o governador enalteceu a atuação dos prefeitos, mas disse que não dá para resolver todos os problemas de uma só vez. “Para mim, é um prazer estar aqui. Acho que isso é um ato normal porque sigo cumprindo aquilo que acredito. Não se pode prejudicar uma cidade, uma população, porque o gestor não pertence ao nosso grupo político. Não autorizo isso e nem permito que a minha equipe matraque ninguém que seja da oposição (...) Costumo dizer que, entre a classe política, os que mais sofrem são os prefeitos e vereadores. Quando tem seca, como a que acontece agora, o povo não bate na porta do governador ou do presidente (...) Hoje, estou aqui diante de vocês ouvindo as reclamações. Sei que cada um tem que cumprir o seu papel, mas às vezes dão dá para resolver tudo da noite para o dia”.

Apesar do clima de fraternidade e republicanismo, a audiência com o governador não foi considerada um evento “chapa branca” pela deputada Luiza Maia (PT). “Sou até suspeita para falar, mas acho que não se pode politizar uma entidade. A luta dos prefeitos é legítima, mas não podemos esquecer que o governo é parceiro e, na medida do possível, tem se mobilizado para ajudar. Tem que endurecer sem perder a ternura. Acho que a UPB encontro um bom tom”. 

Fotos: Gilberto Júnior/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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