Política

Otto diz que conversas entre Moro e Dallagnol comprometem isenção do julgamento de Lula

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Para senador, Moro e força-tarefa de Lava Jato podem ser alvos de CPMI no Congresso  |   Bnews - Divulgação Tamirys Machado/ BNews

Publicado em 10/06/2019, às 12h25   Tamirys Machado e Bruno Luiz


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O senador Otto Alencar (PSD-BA) avalia que o teor das conversas entre o ministro da Justiça Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol indicam que houve falta de “isenção” no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá. 

A troca de mensagens entre os dois foi revelada em reportagem publicada neste domingo (9) pelo site The Intercept Brasil e mostra que o ministro, à época juiz federal, sugeriu ao Ministério Público Federal (MPF) trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial. 

Para Otto, Moro pode ser alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), formada por Câmara e Senado, que investigaria sua conduta e a de membros do MPF no episódio. “Isso vai abalar o Congresso Nacional. Pode ser que entre com algum pedido de CPI. Tem fato determinado para CPI. Não será da minha iniciativa, mas acredito que isso pode acontecer”, afirmou o senador ao BNews nesta segunda-feira (10).

Ainda segundo o senador, há indicativo de que houve “atropelo do Código Processual Penal” por parte de Moro e a força-tarefa da Lava Jato. “Se for confirmado mesmo, realmente compromete muito a isenção do julgamento do presidente Lula porque já está mais ou menos comprovado que houve um  atropelo do Código de Processo Penal. O juiz não pode induzir o promotor a ampliar a análise, o julgamento, as provas como aconteceu agora”, disse. 

Ele ainda relembrou o caso da quebra de sigilo, por parte de Moro, da ex-presidente Dilma Rousseff e de Lula, quando conversas entre os dois vieram a público. Após a publicação das reportagens do Intercept, a força-tarefa da operação e Moro reclamaram de vazamento. “A quebra de sigilo da presidente Dilma naquele caso do Lula com o Bessias foi sintomático. Quem não pode se queixar disso são Dallagnol e o Moro. É lamentável o que aconteceu, mas tem que ser investigado”, defendeu. 

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