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Políticos baianos apontam discriminação racial em agressão sofrida por universitário na Rodoviária de Salvador

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Caso teve ampla repercussão em toda a Bahia e culminou no afastamento dos envolvidos no caso  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 18/07/2019, às 16h26   Henrique Brinco


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Políticos baianos manifestaram repúdio contra as agressões sofridas pelo universitário Vinícius Vieira por parte de seguranças da Estação Rodoviária de Salvador, na noite desta quarta-feira (17). O caso teve ampla repercussão em toda a Bahia e culminou no afastamento dos envolvidos.

Em vídeo publicado pelo próprio Vinicius nas redes sociais, fiscais do terminal aparecem agredindo o estudante com tapas e o expulsando do local, mesmo com o jovem alegando que é passageiro contumaz e que aguardava o ônibus para São Francisco do Conde, onde estuda. 

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) cobrou da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) a apuração caso sofrido pelo estudante da Unilab. “Não da para classificar como outra coisa que não seja racismo o episódio vivido pelo estudante da Unilab, Vinicius Vieira. E, neste caso, trata-se do racismo institucional. É preciso que a Agerba apure imediatamente este caso e puna os envolvidos”, disse a deputada no Twitter. 

No Senado, Lídice foi presidente da CPI que investigou os assassinatos de jovens e o relatório apresentado pela comissão mostrou que a violência racial estava entre os principais motivos para diversos dos homicídios registrados. “Há mais ou menos um ano, o vereador Sílvio Humberto já tinha denunciado uma situação aqui em Salvador, onde jovens negros precisariam utilizar camisas para comprovar que estavam cursando a universidade e, desta forma, não serem considerados suspeitos. É um absurdo que coisas assim ainda aconteçam numa cidade majoritariamente negra como Salvador”, finalizou a parlamentar.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) também repudiou o caso. “Nosso total apoio ao estudante. Casos como esse não podem acontecer. Uma abordagem violenta e desnecessária. Um absurdo! Esse caso precisa ser levado ao conhecimento dos responsáveis e esse funcionário precisa sofrer as punições cabíveis!”, declarou, em nota. Para a parlamentar, falta formação em direitos humanos para esses profissionais. “Eles cuidam da segurança das pessoas, precisam ser melhor preparados. Uma abordagem não pode ser feita de maneira violenta, é um caso de racismo e precisa ser combatido” finaliza a deputada.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) disse que o colegiado está à disposição para acompanhar o caso junto com o estudante. A petista disse ser fundamental que as terceirizadas que prestam serviço para o estado e o município tenham formação em direitos humanos para que o racismo seja combatido e casos como este não se repitam.  

“Nos vídeos publicados pelo estudante, fica nítido o absurdo do ocorrido, mais um caso de racismo. Para além do afastamento dos profissionais, é preciso que a empresa  seja ouvida. Precisamos cobrar formação em direitos humanos das empresas que prestam serviço para que o racismo seja combatido”, declarou. “Estamos num momento no País que casos de racismo tem sido cada vez mais frequentes, com um presidente que propaga discurso de ódio e de classe.  Não podemos deixar passar, de jeito nenhum, principalmente na Roma Negra que é Salvador”.

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