Política

Daniel Almeida cobra medidas “contundentes” do Congresso contra Bolsonaro: “Merece condenação”

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Para líder da bancada baiana, presidente busca retomar "modelo ditatorial"  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 01/08/2019, às 09h58   Eliezer Santos e Bruno Luiz


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O líder da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (PCdoB-BA) cobrou nesta quinta-feira (1°) que o Congresso Nacional tome “medidas contundentes” contra o presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos dias radicalizou seu discurso, com declarações mentirosas, preconceituosas e dados falsos. 

Segundo ele, o presidente buscar resgatar um “modelo ditatorial” e, por isso, os parlamentares precisam agir para preservação do estado democrático de direito.

“Ele está tomando medidas nessa direção [de resgatar um modelo ditatorial]. Em alguns casos, com mais rigor, no sentido de pensamento do processo democrático. Só vale o que ele pensa, os fatos não têm significado, vale a versão que ele apresenta, a opinião dele, perseguição a quem pensa diferente, desmonte de todas as instituições do estado democrático, passando, inclusive, por cima da Constituição”, enumerou o deputado, que participa da inauguração da policlínica de Vitória da Conquista, cujo evento acontece nesta manhã na cidade.

Ainda segundo ele, as atitude de Bolsonaro são “absolutamente ilegais, ditatoriais e merecem veemente condenação dos democratas do nosso país.” No rol de ataques recentes do presidente estão os jornalistas Miriam Leitão e Glenn Greenwald. 

Sobre a jornalista, ele mentiu ao dizer que ela não foi torturada na ditadura e estava indo para a Guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória (ES), na década de 1970. Sobre Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, que tem publicado mensagens trocadas entre a força-tarefa da Lava Jato e o ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente disse que ele pegaria “uma cana” pela divulgação das conversas.

Já no âmbito das falas preconceituosas, o presidente chamou os nordestinos pejorativamente de “paraíbas”. Ele aproveitou ainda para desacreditar os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento, apesar de não ter apresentado nenhuma estatística que seria verdadeira em sua avaliação e provocou indignação novamente na segunda (29), ao ironizar o desaparecimento de Fernando Santa Cruz durante a ditadura militar. Fernando era pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Reforma da Previdência
Para Almeida, no entanto, a verborragia agressiva do presidente não deve mudar o resultado da reforma da Previdência na Câmara - vale lembrar que o segundo turno da proposta será votado na volta do recesso da Casa. Na avaliação dele, como as negociações foram conduzidas pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), o comportamento de Bolsonaro pouco vai influenciar na votação do texto. 

“Não faço relação entre uma coisa e outra porque o que se votou da reforma da Previdência foi articulado na Câmara, particularmente pelo Rodrigo Maia, não teve participação direta dele. O que ele participou aí foi alimentando o fisiologismo, entregando recursos para alguns que barganharam esse voto. Não acho que tenha potencial para alterar de forma profunda”, sustentou. 

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