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"Em certas horas, o silêncio é mais produtivo", diz Neto sobre polêmicas de Bolsonaro

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Baiano foi indagado pela segunda vez um dia após se irritar com a imprensa  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 02/08/2019, às 16h08   Henrique Brinco e Tamirys Machado



O presidente nacional do DEM, ACM Neto, comentou pela primeira vez a respeito das declarações extremistas de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, executado pela ditadura militar. Sem apresentar provas, o presidente disse que a vítima foi morta por militantes de esquerda e não pelo Estado brasileiro. O baiano foi indagado pela segunda vez sobre o assunto nesta sexta-feira (2), durante a entrega de uma nova frota de automóveis para a prefeitura.

"Não tenho que ficar comentando toda e qualquer declaração que o presidente dá. Até porque, se assim fosse, teria que abdicar das minhas importantes funções de prefeito e até de presidente nacional do Democratas, talvez tivesse que concorrer com você. Talvez até quem sabe, depois de 2021, quando eu sair da prefeitura, terei tempo livre para ter um blog, fazer uma coluna, montar um canal no YouTube e comece a comentar as declarações do presidente", ironizou.

"Óbvio, acho que, em certas horas, o silêncio é mais produtivo. Bolsonaro tem o estilo de falar o que pensa, talvez não medindo as consequências das declarações que está dando. Eu não falaria do pai do presidente da OAB. Não falaria nem como prefeito e nem como presidente. Ele falou. Da forma como ele falou, eu não falaria. Se eu não falaria, não concordo. Agora não vou ficar censurando e nem comentando toda hora o que o presidente diz ou deixa de dizer. Repito: minha tarefa é ser prefeito e presidente do partido. Quando as declarações dele, direta ou indiretamente, tiverem consequências na Bahia, em Salvador, no Democratas, aí tenho obrigação de comentar", completou.

Neto também foi questionado pelo BNews sobre a informação divulgada pelo jornal Folha de São Paulo de que teria orientado os correligionários do DEM a não comentar as declarações de Bolsonaro. "Sai muita coisa na imprensa. Confesso à você que não vi essa nota. Saiu em um jornal de São Paulo e eu fico mais ligado no que vocês [da Bahia] publicam, naturalmente. Agora, penso que o momento é de ter equilíbrio, de agir com bom senso. Não posso condenar exageros de direita ou de esquerda e agir de forma exagerada. Acho que a melhor forma de conter exageros é dar o exemplo e agir de forma moderada", avaliou. Ele lembrou ainda que a população não aguenta mais crise e que Reforma da Previdência por si só não vai resolver os problemas do país.

No dia anterior, Neto rebateu uma repórter ao ser questionado sobre o apoio a Bolsonaro, negando que tenha dado apoio formal ao presidente. "Quem é que está apoiando? Em que posicionamento? Nós apoiamos? Você me viu apoiar? Você viu alguém do partido apoiar? Não estou na base", rechaçou. O DEM tem três ministros no governo, além do comando da Câmara e do Senado. Na semana passada, durante a inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, ele também foi o convidado de honra do Palácio do Planalto.

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