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"Não sei se voltar ao projeto original vai resolver", diz líder de oposição sobre regulamentação do Uber

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Silvio Humberto diz que projeto tem que ser analisado com cuidado  |   Bnews - Divulgação BNews/Vagner Souza

Publicado em 12/08/2019, às 18h09   Henrique Brinco


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O líder do bloco de oposição na Câmara Municipal de Salvador, Silvio Humberto (PSB), vê com ceticismo o movimento encabeçado pelo prefeito ACM Neto (DEM) e pelo presidente da Casa, Geraldo Júnior (SD), para que a regulamentação dos aplicativos - como Uber e 99pop - volte ao texto original enviado em agosto do ano passado. 

"Esse processo é tão complexo, já teve tantas idas e vindas, que a gente precisa analisar com cuidado. Ouvi os taxistas e eles estão fazendo o que eu chamo de legítima pressão. A gente tem que voltar, até para saber quais foram essas emendas que foram retiradas, porque da forma como o projeto chegou aqui, se eles quisessem votar por urgência, eles já tinham votado. Quando eles querem votar aqui, eles votam. Agora, a gente precisa sentar, porque o presidente disse aqui que deveria ter um consenso. Então, agora é novamente se debruçar sobre o projeto, analisar, conversar novamente com os taxistas. Ao longo desse período, houve um aprendizado. Não sei se voltar ao projeto original vai resolver o problema", declarou ao BNews.

"Como houve muita escuta e muita conversa, acho que a gente precisa chegar ao consenso. E a construção do consenso tem que ser progressiva. Se vai voltar ao origional, a gente precisa conversar com as pessoas. Ao longo desse período foram muitos debates e a gente não pode simplesmente jogar esses debates fora", completa.

O projeto inicial enviado no ano passado prevê cobrança de taxa e limite no número de motoristas do aplicativo em Salvador. A Prefeitura propôs, por exemplo, que a gestão municipal receba 1% do valor recebido pela empresa responsável pelo aplicativo, além de limitar o número de veículos em circulação em 7,2 mil (três motoristas por automóvel cadastrado). A gestão também estipulou um prazo para que todos tenham cinco anos de idade máxima. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) retirou a restrição e aumentou o limite de idade para oito anos. O texto original também prevê que os motoristas tenham autorização da Secretaria de Mobilidade (Semob) para atuar. Isso também foi retirado pela comissão.

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