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Marina Silva fala sobre crise na Amazônia e diz: "Bolsonaro simboliza uma pulsão de morte"

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"O presidente não acabou com o Ministério do Meio Ambiente do ponto de vista legal, mas dos ponto de vista prático", disse  |   Bnews - Divulgação reprodução // Agência Brasil

Publicado em 26/08/2019, às 15h31   Redação BNews



Em meio a uma das maiores crises ambientais do Brasil das últimas décadas, Marina Silva concedeu entrevista à revista Marie Claire, da Colômbia, onde estava a convite de uma universidade. Na entrevista, responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do meio ambiente Ricardo Salles pelas queimadas na Amazônia. A ex-candidata a presidente da República disse que somente um esforço conjunto da sociedade pode evitar que as consequências da crise ameacem as exportações brasileiras e defendeu a participação de setores do agronegócio na criação de medidas para este fim.

"O fato de o governo ter desconstruído o Fundo Amazônico, ter ganhado a eleição com o discurso antiambientalista de que acabaria com a indústria de multas está por trás do que está acontecendo. Tiraram a Agência Nacional de Águas do Ministério do Meio Ambiente, enfraqueceram os órgãos de fiscalização e de controle. Encaminharam um conjunto de propostas que dava um sinal positivo aos contraventores ao dizer que acabariam com o licenciamento ambiental. O presidente não acabou com o Ministério do Meio Ambiente do ponto de vista legal, mas dos ponto de vista prático", criticou.

Marina também apontou soluções para minimizar a crise: "ressucitar o plano de combate ao desmatamento da Amazônia é fundamental. Retomar as operações conjuntas do Ibama e da Polícia Federal. Retomar o apoio ao trabalho Inpe que está sendo substitutivo por uma empresa privada. Recuperar o orçamento do Ministério. Essa comissão pode debater em um período curto a prevenção. O importante  de ter uma comissão especial é que ela faz as oitivas e depois ela conclui em relatório as propostas que foram apresentadas. E essas medidas podem ser apresentadas pelos presidentes das duas casas, juntamente com o relator. É um sinal forte de que estaremos no controle, recuperando as ações de combate ao desmatamento, a governança ambiental. Aí sim, com isso, você está dizendo que vai ter uma medida estruturante para reverter o processo. Não apenas discurso. Isso não se resolve da noite para o dia", salientou. 

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