Política

Chamada de burra, Carla Zambelli diz em CPI que Joice Hasselmann é louca

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Outrora amigas, deputadas trocaram ofensas durante sessão no Congresso   |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 05/12/2019, às 06h27   Angela Boldrini, Folha


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A rixa entre as outrora amigas e aliadas Carla Zambelli (PSL-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) levou as duas deputadas a uma troca de ofensas durante a sessão da CPMI das Fake News nesta terça-feira (4).

A ex-líder do Congresso chamou a colega de burra e, em troca, foi chamada de louca.

A lavação de roupa suja das duas parlamentares paulistas não foi o único embate pessoal entre congressistas das duas alas de um PSL rachado.

Durante a sessão, houve discussão entre Bia Kicis (DF) e Nereu Crispim (RS), além de provocações entre Carlos Jordy (PSL-RJ) e o ex-correligionário Alexandre Frota (PSDB-SP).

Zambelli usou a palavra depois de cerca de oito horas de sessão. "A deputada Joice Hasselmann falou que ela ajudou os deputados de São Paulo a serem eleitos. Nós em São Paulo elegemos 17 deputados, mas sete ficaram de fora porque não conseguiram os 30 mil votos, que seria o mínimo", disse Carla no início de sua fala. "Então na verdade os 700 mil votos dela que 'sobraram' se perderam. Então isso é matemática."

Assim que retomou a palavra para a resposta, Joice respondeu: "Você não conhece a lei, você é burra, Carla, desculpa".

"Isso é uma ofensa pessoal, senhor presidente", interpelou Carla. "Se você não tem o mínimo de nível, Joice Hasselmann...", começou ela, que teve o microfone cortado.

Em 2018, sete deputados do PSL se elegeram apenas com os próprios votos, entre eles Joice, que fez mais de um milhão de votos. Os demais parlamentares foram eleitos levando em conta os votos recebidos pelo partido como um todo, desde que tenham atingido uma votação mínima —entre eles Carla, que teve 76 mil votos.

Joice continuou respondendo Carla, que havia acusado a ex-líder de produzir um dossiê contra ela, deliberadamente sabotar sua candidatura e espalhar fake news.

Ao afirmar que havia sido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que havia pedido que a deputada descesse de um carro de som durante a campanha, Carla afirmou fora dos microfones: "O presidente? Você é louca, Joice".

As duas ainda trocaram farpas pessoais. Joice afirmou ter pagado a conta do restaurante de Carla, que protestou. "Paguei a sua conta e a do seu ex-namorado, o Alex", retrucou Joice.

"Continuem", disse Frota ao microfone, arrancando risos do plenário. Carla deixou a sessão antes do fim da resposta da "ex-amiga", com quem tem fotos abraçada.

O presidente da comissão, senador Angelo Coronel (PSD-BA), fez troça. "Eu imaginava que só no Nordeste tinha essas guerras, mas estou vendo que em São Paulo é ainda pior", afirmou, rindo.

A sessão, que já dura cerca de nove horas, teve outros bate-bocas e momentos que arrancaram risos da plateia. No meio da tarde, Frota levantou um bolo de aniversário. O cheiro da vela acesa tomou o plenário da comissão no Senado.

"Para comemorar um ano do caso Queiroz", afirmou, em referência à investigação sobre o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), Fabrício Queiroz. A apuração do Ministério Público do Rio de Janeiro teve início há mais tempo, mas o caso foi revelado pela imprensa em dezembro do ano passado.

Uma troca de provocações entre Jordy e Frota também causou furor no plenário, pelo teor sexual.

O tucano afirmou que o deputado carioca havia dito que "sentou no seu colo" e insinuou: "Eu não sabia eu já tinha ido aí".

Jordy retrucou afirmando que o deputado possui uma prótese peniana. O bate-boca continuou, mas os demais parlamentares presentes na sessão reclamaram e pediram aos colegas que mantivessem o nível do debate.

Já próximo das 22h, o parlamentar Nereu Crispim acusou a deputada Bia Kicis de estar entre aqueles que o difamam nas redes sociais. "O seu filho está no exterior, o meu está aqui vendo tudo isso", afirmou.

"Desde que eu fui eleito eu sofro calúnia e difamação, a minha esposa é chamada de prostituta, eu sou chamado de corno todos os dias, por pessoas de dentro do meu partido", disse o gaúcho.

A única coisa que ofuscou as discussões entre os parlamentares foi a briga entre deputados estaduais de São Paulo que suspendeu a votação da reforma da Previdência dos servidores nesta terça.

Frota pediu a palavra para anunciar o ocorrido. "Só para falar que se vocês acham que aqui está quente, lá na Alesp saiu briga de soco. O pau comeu feio, isso aqui é Sessão da Tarde", disse.

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