Política

Defesa de Lula alega que documentos da Odebrecht que incriminam ex-presidente podem ter sido adulterados

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Advogados mostraram diálogo com peritos da PF, que admitiram que sistemas usados por procuradores da Lava-Jato podem ter sido adulterados   |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes Sociais

Publicado em 03/03/2020, às 13h25   Redação BNews


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A reclamação submetida pela defesa do ex-presidente Lula ao ministro Luiz Edson Fachin, do Tribunal Superior Feeral (STF), mostra trechos de conversas com peritos da Polícia Federal, indicando que arquivos da Odebrecht que incriminam o petista, teriam datas posteriores à apreensão na Suíça.

Segundo informações da Conjur, em parte da conversa, um dos peritos afirma que "tá provado que o arquivo que foi gerado lá, inclusive, tem arquivos com datas posteriores as apreensões que a gente mostra que foram geradas pela Odebrecht".

No último dia 27, já havia sido publicado que os peritos confessaram que os documentos copiados da empreiteira, utilizados para sustentar a tese de que houve a doação de R$ 12 milhões a Lula, podem ter sido adulterados.

A defesa do ex-presidente protocolou nesta segunda-feira (2), a reclamação no STF contra decisões proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, que negaram o acesso aos autos do acordo de leniência da Odebrecht.

Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins indicam que houve quebra de cadeia de custódia dos arquivos apresentados para sustentar a tese da doação da empresa, como forma de suborno. Esses recursos seriam utilizados para compra de terreno do Instituto Lula.

A própria Polícia Federal confirmou que os arquivos utilizados na denúncia contra o petista, foram copiados diretamente do sistema "MyWebDay", utilizado pela Odebrecht. O material, contudo, teria ficado arquivado pela construtora por quase um ano. 

Diante da admissão da possibilidade de adulteração, a defesa reforça a necessidade de ter acesso integral ao acordo de leniência da Odebrecht, que apresentou versões diferentes à Justiça brasileira e à americana. 

À Justiça do Brasil, a empreiteira disse ter subornado o ex-presidente para que ele intermediasse a relação com a Petrobras. No entanto, à Justiça dos Estados Unidos, não há nenhuma menção a Lula, e sim uma descrição do cartel de construtoras montado para fraudar licitações da estatal e superfaturar os contratos na área da construção civil.

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