Política

Após encerramento de paralisação da PM, Bolsonaro antecipa fim de militares no Ceará

José Cruz/Agência Brasil
Previsão inicial era de que o emprego dos militares se estendesse até sexta-feira (6)   |   Bnews - Divulgação José Cruz/Agência Brasil

Publicado em 04/03/2020, às 20h15   Folhapress


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Com o encerramento da paralisação da PM do Ceará, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) antecipou o fim da operação que permite o emprego das Forças Armadas no estado. 

Bolsonaro publicou um decreto que encerra a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) nesta quarta-feira (4). Antes, a previsão era que o emprego dos militares na segurança pública cearense se estendesse até a sexta-feira (6). 

O motim dos policiais militares teve início de 18 de fevereiro e desde então o estado convive com uma alta nos índices de homicídio. De 19 a 27 de fevereiro, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, foram 241 assassinatos no estado, uma média de 26,7 por dia. De 1 e 18 de fevereiro houve 164 homicídios, média de pouco mais de nove, número semelhante ao de janeiro de 2020, que teve 261 assassinatos o mês todo.

Fevereiro acumulou 405 homicídios entre os dias 1º e 27, sendo o mês mais violento no estado desde março de 2018, quando 414 pessoas foram assassinadas.

O motim foi encerrado após negociações entre representantes dos PMs e do governo cearense. O acordo prevê que policiais terão direito a um processo legal sem perseguição e definiu pela criação de uma comissão externa envolvendo OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Defensoria Pública e Promotoria para acompanhamento.

Segundo o governo do Ceará, não há abrandamento das penas aos amotinados. Também ficou acertada a garantia de que o governo investirá R$ 495 milhões com salários de policiais até 2022.

No dia 20, os protestos tiveram repercussão nacional depois que o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) levou dois tiros ao tentar invadir com uma retroescavadeira o quartel tomado em Sobral (270 km de Fortaleza), sua base eleitoral. Ele passa bem.

A paralisação foi encerrada após um acordo dos amotinados com o governo estadual. 
Diante do quadro de aumento da violência, o governo federal autorizou o envio das Forças Armadas para o estado. A situação gerou atrito entre Bolsonaro e governadores, uma vez que o presidente sinalizou, um dia antes do primeiro prazo previsto para a GLO vencer, que poderia não renová-la --ele acabou prorrogando a operação até o dia 6. 

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