Política

Em entrevista ao Roda Viva, Moro negou que Bolsonaro tentasse interferir no trabalho da Polícia Federal

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O então ministro da Justiça participou do programa no dia 20 de janeiro; a fala contraria pronunciamento da sua saída  |   Bnews - Divulgação Arquivo/BNews

Publicado em 25/04/2020, às 11h11   Redação News


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Diferente da justificativa dada em sua saída do ministério da Justiça, Sergio Moro negou em janeiro, em entrevista ao programa Roda Viva, que Jair Bolsonaro tivesse qualquer “interferência indevida” no andamento de investigações da Polícia Federal.

No pronunciamento desta sexta-feira (24), contudo, no qual Moro anunciou que deixaria a posta, o ex-juiz federal disse que a decisão de trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, não tinha uma justificativa técnica e por isso configurava em uma “interferência política”.

“É, não é uma questão do nome [de Valeixo]. Tem outros bons nomes para assumir o cargo de diretor da Polícia Federal, outros delegados igualmente competentes. O grande problema de realizar essa troca [na PF] é que primeiro haveria uma violação de uma promessa que foi feita inicialmente, que eu teria carta branca”, disse Moro. 

Na entrevista concedida no dia 20 de janeiro, Moro reconhece que nem todas as medidas são tomadas apenas pelo Ministro da Justiça. Ele citou a suspensão do funcionamento dos radares de velocidades nas rodovias, que foi de decisão do presidente da República.

“Veja, eu fui convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para ser ministro e nós assumimos 1 compromisso de 1 núcleo duro, combate à corrupção, combate ao crime organizado e combate à criminalidade violenta…Agora, eu sou ministro do Poder Executivo e existe 1 chefe do Poder Executivo, existe uma cadeia de comando […] “Eu não me manifestei publicamente em contrário. Houve 1 pedido de informações e nós encaminhamos informações ao Congresso. Eu não contrario publicamente o presidente. Existe aí, evidentemente, uma cadeia de comando”, explicou.

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro rebateu a acusação de interferir em investigações, mas admitiu que gostaria de ter um diretor na Polícia Federal que ele pudesse “conversar”, e também admitiu que cobrava de Moro o envio de relatório de inteligência da PF. 

Moro deu uma versão parecida, mas afirmou que este não é o papel da Polícia Federal.

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