Política

Relembre a cronologia das cobranças de Bolsonaro a Moro

Carolina Antunes/PR
Linha cronológica foi feita pelo site O Antagonista  |   Bnews - Divulgação Carolina Antunes/PR

Publicado em 13/05/2020, às 15h30   Redação BNews



Em meio à pandemia do novo coronavírus, outra situação chamou a atenção do Brasil que foi o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no último dia 24 de abril. Em pronunciamento que anunciou sua saída, Moro destacou uma suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal. 

Após as declarações feitas pelo ex-ministro, o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar a situação. 

Relembre a cronologia das cobranças de Bolsonaro a Moro:

22 de abril: Bolsonaro envia o link de uma nota publicada pelo site O Antagonista que dizia "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas". Moro respondeu ao ministro que se tratava de "fofoca" e que havia um delegado da PF atuando por requisição do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O ex-ministro explica que não pode negar atendimento após requisição do STF.

Ainda no mesmo dia, houve uma reunião ministerial com Bolsonaro por volta das 10 horas da manhã. Nessa reunião que foi gravada, Moro alega que Bolsonaro teria cobrado a interferência na PF e que ministros como Braga Netto, Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos poderiam comprovar.

A divulgação dessa gravação ainda não foi publicada. O ministro do STF, Celso de Mello decidiu, na noite da última terça-feira (12), que as partes envolvidas possuem um prazo de 48 horas para decidir sobre a divulgação do conteúdo. Moro defende que o vídeo seja publicado na íntegra, já a defesa do presidente quer que seja divulgado apenas a parte referente a discussão entre os dois.

23 de abril: Bolsonaro envia novamente o link da nota do Antagonista para o ministro e acrescenta "“Mais um motivo para a troca”. Moro respondeu ao presidente: "Este inquérito eh conduzido pelo Ministro Alexandre no STF, diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida as 0900" [sic].

Na tarde do dia 23, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), escreve ao ainda ministro da Justiça e Segurança Pública pedindo "por favor, fica". Indicando que ela buscava persuadir o ministro a não pedir demissão.

24 de abril: Moro convocou a imprensa para um pronunciamento na manhã daquele dia. Nesse pronunciamento, Moro anunciou seu pedido de demissão.

“O presidente, no entanto, passou a insistir também na troca do diretor-geral. O que que eu sempre disse ao presidente? ‘Presidente, eu não tenho nenhum problema em trocar o diretor-geral da Polícia Federal , mas eu preciso de uma causa”, afirmou Moro. O ex-ministro declarou ainda que a troca sem motivos técnicos seria interferência política na corporação.

Ainda no dia 24, Bolsonaro realizou um pronunciamento acompanhado dos demais ministros, em que respondeu as declarações do ex-ministro. 

“Teve um clima, sim, pesado para o senhor ministro na última reunião de ministros, onde eu cobrei dele, na frente de todos os outros ministros, que ele tomasse uma posição sobre a prisão e algemas usadas contra mulheres na praia”, declarou Bolsonaro fazendo referência a reunião do dia 22.

28 de abril: Na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro declarou que mandou legendar o vídeo da reunião e de que ele seria divulgado em breve.

30 de abril: O presidente anunciou que foi demovido da ideia de divulgação. “Último conselho que tive é não divulgar para não criar turbulência. Uma reunião reservada, então é essa a ideia. Talvez saia, mas por enquanto não”, afirmou Bolsonaro.

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