Política

Esquerda baiana atribui popularidade de Bolsonaro no Nordeste ao auxílio emergencial

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Segundo Datafolha, entrevistados que avaliam administração boa ou ótima passaram de 17% em agosto de 2019 para 33% atualmente  |   Bnews - Divulgação Arquivo

Publicado em 15/08/2020, às 20h12   Henrique Brinco


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A pesquisa Datafolha, que aponta um crescimento expressivo de aprovação de Jair Bolsonaro em agosto, surpreendeu toda a classe política. Os entrevistados que consideram a administração boa ou ótima passaram de 17% em agosto de 2019 para 33% atualmente. Parlamentares de esquerda ouvidos pelo BNews atribuem o crescimento ao Auxílio Emergencial de R$ 600 (que pode chegar até R$ 1200), distribuídos durante a pandemia da Covid-19.

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) avalia que "o presidente da República acabou surfando num projeto da oposição", que foi o auxílio. "Ele propôs R$ 200 e o Congresso Nacional ampliou o valor. A necessidade de uma renda básica ajuda a reduzir as dificuldades e ele percebeu isso, mas é preciso que a população saiba quem foram os verdadeiros autores do auxílio, que foram os deputados e senadores, sobretudo os que fazem oposição a esse governo”, avaliou, para a reportagem.

A líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues, acredita que "essa pesquisa reflete um cenário muito específico, de pandemia, onde as pessoas estão mais preocupadas em sobreviver diante de tanta dificuldade pela qual estão passando". "A esquerda nesse momento precisa mais do que nunca trazer a tona a verdade para população, informando-lhe que se dependesse do atual governo sequer existiria o auxílio emergencial, que essa conquista foi vitória da esquerda no Congresso. Na medida em que formos informando a população vai se libertando das enganações deste desgoverno".

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), por sua vez, considera "que os índices revelados pela pesquisa têm relação direta com o benefício da renda emergencial". "É uma resposta de uma população sofrida, que tem um dos maiores níveis de desemprego e  informalidade, situações agravadas com a paralisação da economia devido a Pandemia. Diante do desespero as pessoas tendem a  agradecer o socorro. Porém esse resultado revela o baixo nível de informação e de consciência dos direitos sociais dessa população. Não acompanharam a luta que foi travada no Congresso para aprovar a renda de R$ 600, que Bolsonaro queria apenas R$ 200. Revela, também que, infelizmente, essa população não tem consciência do seu direito Constitucional a uma vida digna, que essa renda emergencial, não é benesse, é direito que todo cidadão tem a um patamar mínimo de condições  materiais de vida".

O vereador Marcos Mendes (PSOL) avalia que "o virtual crescimento de Bolsonaro se deve à queda na rejeição nas camadas mais pobres, principalmente no Nordeste brasileiro, reflexo da ajuda emergencial de R$ 600". "O problema é que esse valor da ajuda emergencial foi fruto da luta de parlamentares da esquerda, principalmente do PSOL. Ou seja, contraditoriamente, o crescimento de Bolsonaro é fruto de uma política de esquerda, mas que a população não sabe, pensa que é uma política do governo. Isso demonstra o afastamento da esquerda das bases mais populares. É preciso seguir com essa reaproximação para que, inclusive, a informação chegue de forma transparente e reflita a verdade", opina.

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