Política

Fundir DEM com PMDB, nem pensar

Imagem Fundir DEM com PMDB, nem pensar
Na Bahia lideranças dos dois partidos nem querem ouvir falar nessa hipótese  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/11/2010, às 21h32   Ivana Braga


FacebookTwitterWhatsApp

As supostas articulações de integrantes do Partido dos Democratas na direção de patrocinar uma fusão da legenda com o PSDB ou o PMDB são consideradas impróprias e pouco prováveis por lideranças políticas baianas dos partidos supostamente envolvidos numa costura com esse objetivo.

O presidente do PSDB, deputado eleito Antônio Imbassahy, por exemplo, negou que a negociação passe pelo ninho tucano. Já o presidente do PMDB baiano, o também deputado eleito Lúcio Vieira Lima, descarta qualquer possibilidade de uma fusão com o DEM.

Procurado, o ex-governador Paulo Souto, presidente da estadual do Democratas, não quis se manifestar ainda sobre o assunto. No entanto, o líder do DEM no Senado Federal, Antonio Carlos Junior (BA) afirmou, nesta quarta-feira (10) que considera inadequada qualquer movimentação que vise a fusão do partido com outras legendas.

Sabe-se ainda que os deputados federais Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto) e José Carlos Aleluia, fortes lideranças do DEM na Bahia se posicionan contra a tal possibilidade. A reportagem tentou falar com o deputado ACM Neto sem sucesso. Ele não atendeu nenhuma das  ligações.

Aleluia não vê a mínima chance de fusão com o PMDB. “Somos partidos com história, comportamento, projetos e ideologias diferentes. O PMDB está no colo do governo petista ao qual somos oposição. Não há a menor hipótese disto acontecer”, afirmou o parlamentar baiano, acrescentando que a maioria do partido rejeita a proposta.

Lúcio Vieira Lima concorda com Aleluia e entende que as negociações são meras especulações. Para ele, não existe a menor chance de um “casamento” desta natureza com partidos que, historicamente, tem posturas ideológicas completamente divergentes. “Isso só traria problemas para o PMDB”, avalia.

No entanto, o presidente da legenda explica que esse tipo de especulação é natural em momentos pós- eleitorais, após as acomodações iniciais, políticos de legendas derrotadas nas urnas buscam alternativas para ganhar nova musculatura.

O DEM, sucessor do PFL, está na oposição desde 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu presidente. Nesses oito anos, o partido viu a bancada “minguar” a cada eleição, tendo perdido poder de fogo desde 1998 quando ocupava quase uma centena das 513 cadeiras da Câmara Federal.

O partido perdeu 22 cadeiras na Câmara Federal e seis no Senado e vai iniciar a próxima legislatura com apenas 43 deputados. Diante da realidade cruel desses números, os maiores expoentes da legenda começaram a se movimentar no sentido de fundir o DEM com o PMDB ou o PSDB, o que na prática significaria dizer que a sigla poderia passar a apoiar um governo petista depois de ser oposição do PT. “Isso seria entrar no governo pela porta dos fundos e não pretendemos sair da oposição”, diz Aleluia.

Em tese, a fusão evitaria a revoada migratória dos deputados do DEM para outras legendas caso a troca de partidos seja aprovada pelo Congresso e a bancada definhe mais com a migração de parlamentares para outras legendas da base governistas.

A iniciativa para a movimentação teria partido do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, para quem o DEM saiu muito fragilizado do processo eleitoral deste ano. José Carlos Aleluia não vê problema no fato de a bancada ter “muchado”. Ele lembra que no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso  a bancada do PT era menor do que a do DEM hoje. “No entanto o PT era oposição e trabalhava bem isso”.

Segundo informações, o prefeito Kassab tem conversado com vários partidos, sempre com um cenário de fusão, revela uma fonte próxima a Gilberto Kassab. De acordo com essa mesma fonte, Kassab tem interesses pessoais, razão pela qual teria iniciado a movimentação em direção à fusão que conta com algumas simpatias, como do ex-senador Jorge Bornhausen, mas esbarra na resistência de lideranças fortes, como o presidente nacional, deputado Rodrigo Maia (RJ).



Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp