Política

Levantamento mostra que novos registros de armas de fogo triplicam no governo Bolsonaro

Herick Pereira/TJAM
Os novos registros de armas junto à Polícia Federal, em 2020, bateram o recorde da série histórica  |   Bnews - Divulgação Herick Pereira/TJAM

Publicado em 14/12/2020, às 08h32   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Desde que Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu o mandato para presidente da República, em janeiro de 2019, o mercado de armas de fogo aqueceu no país.  O site Poder 360 realizou um levantamento em que mostrou um crescimento nos novos registros de armas e de importação de pistolas e revólveres triplicaram de 2018 para 2020.

Os novos registros de armas junto à Polícia Federal, em 2020, bateram o recorde da série histórica, que começou em 2009. Os dados de janeiro a novembro deste ano (168.019) já superaram os de todo 2019 (94.064). Eis a íntegra (321 KB) dos dados da PF –que vão até novembro de 2020.

Antes de Bolsonaro assumir o mandato, o aumento anual de novos registros não ultrapassava 40%. De 2018 (foram 51.027 novos registros) para 2019, houve crescimento de 84%. Do ano passado para os 11 primeiros meses deste, a alta foi de 79%. Em comparação com 2018, os números de 2020 já triplicaram e podem aumentar ainda mais quando os dados de dezembro forem divulgados.


Especialistas consultados pelo Poder360 destacam que desde que Bolsonaro chegou ao Planalto houve uma flexibilização nas leis sobre armas. Isso estimulou o mercado.

Welliton Caixeta Maciel, pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da UnB, afirmou que “existe um lobby muito forte da indústria armamentista“. “Esse lobby vem sendo construído há muito tempo no Congresso e, com o atual governo, se viu favorecido“.

O professor da USP e pesquisador sobre políticas de segurança pública, Leandro Piquet Carneiro, disse que o aumento no número de novos registros de armas ocorreu pela “desorganização do ambiente regulatório que o governo Bolsonaro tem promovido“. Segundo ele, o governo enfraqueceu as regras do processo de compra e de registro de armas. “Hoje é mais fácil comprar uma arma. A sociedade perde muito com isso“.

“O que a gente tem observado é uma estratégia política, uma política de governo, no sentido de ceder a esse discurso armamentista e com isso facilitar o acesso ao porte de armas. Isso é perceptível em vários momentos, as arminhas na mão e as várias normativas“, destacou Maciel ao Poder 360.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp