Política

Solla vê Maia alinhado à agenda de Bolsonaro e provoca: "Na briga entre ele e Lira, eu fico com a briga"

Reprodução/Câmara dos Deputados
Deputado cita "satanização" do nome de Lira na briga pela Câmara, com a vinculação ao governo Bolsonaro, mas lembra que Maia foi responsável por liderar reformas aprovadas no Congresso  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Câmara dos Deputados

Publicado em 15/12/2020, às 14h59   Luiz Felipe Fernandez


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Forte opositor do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o petista Jorge Solla não consegue ver grandes diferenças entre o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), líder do centrão, e o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Com a maior bancada individualmente da casa, o PT é um partido-chave na eleição e o seu apoio é cobiçado pelos grupos que disputam a cadeira.

Solla reconhece que existe uma "satanização" do nome de Lira, com a vinculação do pepista ao governo Bolsonaro, mas lembra que Rodrigo Maia foi responsável por liderar as reformas aprovadas no Congresso, que na opinião do petista ajudaram a devastar o país. Na "briga" entre os dois, o petista já tem o seu preferido.

"Está tudo muito em aberto. Na briga entre Maia e Arthur lira, eu fico com a briga", provocou.

"Vamos analisar com calma, tenho ouvido muitas tentativas de cobrar do PT ser contra a candidatura de Arthur Lira ou Maia, mas vamos analisar friamente. Lira tá como candidato com apoio oficial, digamos assim, da base de Bolsonaro. Por outro lado, Maia é o grande responsável por todas as aprovações de projetos que aconteceram desde que Bolsonaro tomou conta. Não fosse ele, não tínhamos passado a Previdência, diversos ataques a direitos trabalhistas, mudanças no marco do saneamento", salientou o deputado.

Ele negou qualquer conversa do PT para apoiar Lira, como foi veiculado na imprensa, com a promessa do pepista de pautar a reforma da Lei da Ficha Limpa, que poderia "resolver" a inelegibilidade de Lula.

"Só especulação, não houve até agora nenhuma movimentação, nenhum candidato sequer que viesse conversar, apresentar o seu programa", disse o deputado em conversa com o BNews.

Apesar de Lira ser posto como "candidato de Bolsonaro", Solla defende que todos os candidatos sejam ouvidos e, acima de qualquer nome, que tratem as propostas de interesse nacional que dependem do legislativo. Entre elas, as dezenas de pedidos de impeachment engavetados por Maia, como recorda o petista.

"Tanto Maia quanto Lira representam interesses prejudiciais para a maioria da população. Maia não vai ser candidato, a gente ainda não sabe quem vai ser o candidato dele, precisa saber se algum candidato tem o compromisso de não destruir a Constituição, que a cada mês perde um pedaço [...] na prática, mais até do que Maia ou Lira, é saber qual o programa, é mais interessante discutir o programa do que os antecedentes criminais, que os dois têm", ironizou.

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