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Diálogos expõem briga entre filhos de desembargadora presa na Faroeste

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Delator revela no áudio que irmãos estavam se “matando”  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 18/12/2020, às 12h10   Redação BNews


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Diálogos do advogado Júlio César Cavalcanti, apontado como um dos principais delatores da operação faroeste, que o jornal Correio*,  revelam um clima de conflito entre dois novos alvos da operação, os irmãos Rui e Arthur Barata, filhos da desembargadora afastada Lígia Ramos Cunha e apontados como operadores de propina no esquema de venda de sentenças por membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ).

Trechos dos áudios, publicados pela coluna Satélite nesta sexta-feira, (18), que foram entregues por Cavalcanti ao Ministério Público Federal (MPF) como parte do acordo de delação premiada, mostram que Rui Barata não gostava do comportamento do irmão e forma descuidada com que tratava atos do esquema. 

O advogado Vasco Rusciolelli, filho da desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli e preso na quinta fase da Faroeste, em uma das conversas, comenta com o delator que os irmãos estavam se “matando”: “Eles não se matam não, mas o problema é que Ruizinho tá falando que vai acabar dando merda, né? Entendeu? E aí vai queimar ele, vai queimar todo mundo”.
Em outro trecho, o delator diz a Vasco que Rui Barata o orientou a ter cuidado com Arthur, por falar demais e agir ostensivamente como intermediário da venda de sentenças.  
“Até isso Ruizinho falou: você sabe que meu irmão, o cara é imaturo (...).  O cuidado com Arthur agora tem que ser redobrado, como o irmão tá falando”, sinalizou o delator. 
Vasco sugere, então, que eles se entendam para evitar riscos ao esquema: “O cara (Arthur) é problemático, velho. Imagine seu irmão ter inveja de você a vida toda”.

Retomada do controle

Segundo apurou a coluna, um conjunto de delegados da Polícia Civil lançaram uma ofensiva para reaver o controle das ferramentas de interceptações telefônicas e telemáticas  (emails, mensagens e dados), que estão concentradas, hoje, no núcleo de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A pressão vem no bojo das denúncias do MPF sobre suposto uso do aparato para proteger o esquema desmontado pela Faroeste e coagir inimigos. Em manifesto dirigido ao governador Rui Costa (PT), os chefes de polícia cobram a devolução dos equipamentos e lembram que investigação criminal  na esfera do estado é tarefa exclusiva da Civil.

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