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Nilo foi porta-voz dos revoltados com prêmio de Rui ao PP após derrota na AL-BA

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A inconformidade em questão também é uma forma de pressionar o governador para um diálogo  |   Bnews - Divulgação Arquivo / ASCOM

Publicado em 15/01/2021, às 07h50   Victor Pinto


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Quando muitos pensavam ser a resolução da disputa pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia a pacificação da base do governador Rui Costa (PT) da queda de braço entre PSD e PP, eis que o anúncio de novos espaços para o partido do vice-governador João Leão desencadeou uma série de inconformados com a articulação feita pelo petista. Uma publicação do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) na noite da quinta-feira (14) jogou para fora um assunto antes interno, com desabafos e comentários no âmbito dos telefonemas e grupos de Whatsapp. 

O ex-presidente da Assembleia escreveu em seu Twitter: “Leão aprendeu a lidar com Rui. Bate, bate, bate. Aí é promovido. Eu não sei lidar. Sou o incompetente. Fui e sou leal demais”.

A fala de Leão com anúncio da sua ida à secretaria da Casa Civil, vacante desde a saída de Bruno Dauster depois do caso da compra dos respiradores pelo Consórcio do Nordeste, e a ida do atual presidenta da AL-BA deputado Nelson Leal para a secretaria de Desenvolvimento Econômico fez crescer o entendimento que rebeldia deve ser premiada. 

Nem mesmo assessores e integrantes das áreas das Relações Institucionais e da articulação política sabiam dos planos de Rui e também foram pegos de surpresa.

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A posição de Nilo, de certo modo, mostra como está o clima no PSB. Pelo apurado, em breve acontecerá uma reunião da Executiva provocada pelo parlamentar para discutir o assunto. Um membro do núcleo socialista teceu o seguinte comentário ao BNews: “nós e agentes de outros partidos estivemos juntos e fieis desde o início, mas o compensado é justamente quem bagunçou todo o processo”. 

Um deputado estadual do PT que não quis se identificar resumiu a atitude do governador, cuja acusação recai de não ter consultado a base para tomada de decisão, como aquele que aplica o remédio demais e este se torna um veneno. “Lógico que o PP buscava uma saída honrosa para não admitir que foram derrotados na AL-BA, mas o governador exagerou na dose, e por conta própria. Ele acabou premiando a chantagem, pois foi isso que aconteceu nas últimas semanas”, contou revoltado. 

Outro petista fez a seguinte observação: “Todos ficaram sabendo pela imprensa e partiu da boca do próprio Leão. Não foi o governador que anunciou. Isso ficou feio, foi a premiação de uma rebeldia. Cereja no bolo”. 

Deputados do PSD ouvidos não demonstraram tanto descontentamento como petistas e socialistas, mas concluíram que a dose sim pode ter sido grande. Contudo, deve ser levado em questão que os pessedistas, no fim das contas, estão satisfeitos por conseguirem emplacar Adolfo Menezes (PSD) na futura presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. 

A inconformidade em questão também é uma forma de pressionar o governador para um diálogo, visto que uma reforma administrativa já tomou curso e, nas próximas semanas, devem ser anunciadas novas mudanças no tabuleiro da Governadoria depois das trocas na área da Segurança Pública. 

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