Política

Bolsonaro diz a interlocutores que afastará Filipe Martins após assessor fazer gesto associado a supremacia branca

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O momento foi captado pela Tv Senado, levando o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM), a determinar a apuração do gesto feito pelo assessor  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Senado

Publicado em 25/03/2021, às 15h19   Redação BNews


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O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse a interlocutores que afastará o assessor especial Filipe Martins do Palácio do Planalto. As informações são do blog do jornalista Gerson Camarotti, no portal G1, na tarde desta quinta-feira (25).

Durante sessão plenária do Senado na última quarta-feira (24), da qual participava o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, Martins apareceu fazendo um gesto associado a supremacia branca, ao unir os dedos indicador e polegar da mão direita.

O momento foi captado pela Tv Senado, levando o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM), a determinar a apuração do gesto feito pelo assessor. Segundo a publicação, com o afastamento, Bolsonaro tenta se desvincular do desgaste provocado por Martins.

Em seu perfil pessoal no Twitter, Martins afirmou que só estava ajeitando a lapela do terno, e negou que seu ato tenha relação com o sinal que lembra um "Ok", mas que, uma vez cooptado por grupos racistas, passou a fazer referência ao White Power - ou "poder branco", em português.

O primeiro Museu do Holocaustro no Brasil, localizado em Curitiba, se manifestou em suas redes sociais, repudiando o episódio em uma série de tweets. A instituição lembrou que o gesto foi recentemente classificado pela Liga Antidifamação (Anti-Defamation League, em inglês, cuja sigla é ADL) como um sinal utilizado por supremacistas brancos.

"A ADL diz que o símbolo se tornou uma 'tática popular de trolagem' por indivíduos da extrema-direita, que postam fotos nas redes de si mesmos fazendo o gesto", escreveu.

Também no Twitter, o jornalista e professor de Relações Internacionais, José Antonio Lima, lembrou que o responsável por matar mais de 50 pessoas em uma mesquita em Al Noor, cidade da Nova Zelândia, fez gesto semelhante ao de Martins durante seu julgamento.

"Por coincidência, algum tempo depois do ataque à mesquita na Nova Zelândia, o assessor de Bolsonaro publicou em seu Twitter o mesmo poema que o terrorista usou na abertura de seu manifesto. O poema era acompanhado por uma imagem de um ataque de cavalaria", recordou.

Na mesma mensagem, Lima também compartilha publicação feita pelo jornal Folha de São Paulo em 26 de abril de 2019, com o título "Assessor da Presidência publica poema que abre manifesto de atirador da Nova Zelândia".

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