Política

Defesa cumprirá orientação do presidente dentro da Constituição, diz Braga Netto

Marcos Corrêa/PR
Novo ministro da Defesa assumiu a pasta em cerimônia nesta terça-feira (6)  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 06/04/2021, às 16h09   Folhapress


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O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou nesta terça-feira (6) que a pasta continuará com sua missão de defesa da pátria e dos três Poderes, seguindo orientação do presidente Jair Bolsonaro e dentro "das quatro linhas do que prevê a Constituição".

As declarações de Braga Netto ocorreram no Palácio do Planalto, durante cerimônia de transmissão de cargo dos ministros indicados na reforma feita por Bolsonaro na semana passada.

"O trabalho lá [na Defesa] continua árduo, não muda nada. A Defesa continua com sua missão constitucional de defesa da pátria e dos poderes constitucionais, e conforme a orientação do senhor [Bolsonaro], dentro das quatro linhas do que prevê a Constituição", disse.

"A Defesa continua na sua missão, na sua prioridade hoje do [combate à] Covid. A Defesa já tem auxiliado, é um trabalho que continua, não tem nada de novo no que tem sido feito. É um trabalho coordenado entre as três forças", disse.

"Ela [Defesa] continua com o seu auxílio à população mais carente, à vacinação de índios, a vacinação de maneira geral –a prioridade hoje é a vacinação. A Defesa estará pronta, presidente, a cumprir o que o senhor [Bolsonaro] determinar como comandante em chefe e, conforme a sua própria orientação, dentro do que prevê a Constituição", completou.

Além de Braga Netto, houve a transmissão de cargo nesta terça dos novos ministros da Casa Civil (Luiz Eduardo Ramos), da Justiça (Anderson Torres), das Relações Exteriores (Carlos França), da Secretaria de Governo (Flávia Arruda) e da Advocacia-Geral da União (André Mendonça).

Fechada à imprensa, a solenidade não foi transmitida. Os discursos foram disponibilizados posteriormente e veiculados por um site bolsonarista.

Braga Netto assume o ministério da Defesa na esteira da maior crise militar registrada desde a redemocratização do país. A crise foi deflagrada com a decisão de Bolsonaro de demitir o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

Segundo interlocutores, o agora ex-ministro vinha resistindo a pressões de Bolsonaro por um maior engajamento das forças armadas na defesa de medidas do governo, principalmente na oposição a políticas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos.

Além do mais, Azevedo vinha bloqueando as investidas do presidente pela saída do general Edson Pujol do comando do Exército.

Como resultado da demissão de Azevedo, Pujol e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica também deixaram seus postos. Parte expressiva da cúpula do Exército ainda está ressentida com as trocas efetuadas pelo Palácio do Planalto.

A carta de demissão de Azevedo, em que ele argumenta ter preservado as Forças Armadas como "instituição de Estado, também foi interpretada como uma tentativa de Bolsonaro de aprofundar a politização dos militares, o que gerou novas críticas contra o mandatário.

Para tentar evitar o adensamento da crise, Bolsonaro decidiu respeitar critérios de antiguidade na escolha dos novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

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