Política

Assista: Ministros do STF protagonizam embate durante julgamento sobre suspeição de Sérgio Moro

Divulgação/Nelson Jr (SCO/STF)/Roberto Jayme (Ascom/TSE)
O embate aconteceu durante sessão nesta quinta-feira (22)   |   Bnews - Divulgação Divulgação/Nelson Jr (SCO/STF)/Roberto Jayme (Ascom/TSE)

Publicado em 22/04/2021, às 20h33   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

A sessão de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a manutenção ou não da decisão que declarou o então juiz Sergio Moro suspeito para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi marcada por momentos de embate entre os ministros Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso, nesta quinta-feira (22).

Segundo reportagem de O Globo, após o voto de Barroso, em que ele fez um longo discurso contra a corrupção e minimizou o suposto teor comprometedor de mensagens obtidas por hackers mostrando possível combinação entre procuradores e Moro no caso de Lula, o presidente do STF, Luiz Fux, resolveu encerrar a sessão, mas Lewandowski quis antecipar seu voto.

Durante sua manifestação, Lewandowski se disse a favor de manter a decisão da Segunda Turma que declarou Moro parcial, e disse ainda que tal posicionamento não significar ser favorável à corrupção. "Vossa Excelência acha que o problema então foi o enfrentamento da corrupção, e não a corrupção?", interrompeu Barroso.

"Não. Vossa Excelência sempre quer trazer à colação, à baila a questão da corrupção, como aqueles que estivessem contra o modus operandi da Lava-Jato fossem favoráveis à corrupção. Mas o modus operandi da Lava-Jato levou a conduções coercitivas, a prisões preventivas alongadas, ameaças a familiares, prisão em segunda instância, além de outras atitudes a meu ver incompatíveis com o Estado democrático de Direito", respondeu Lewandowski.

O ministro Lewandowski chegou a citar as mensagens obtidas por ataque hacker, contrapondo-se às declarações anteriores de Barroso, que havia dito que o contato do juiz com as partes — defesa e acusação — sem a presença de ambos, é uma prática, embora discutível, tradicional no Brasil. "Um juiz indicar testemunhas para a acusação não me parece pecadilho. A combinação do momento de oferecimento de denúncia, não me parece pecadilho. A combinação com relação a prisões preventivas".

Em nova interrupção, Barroso disse que a Polícia Federal não atestou a autenticidade das mensagens, ao que Lewandowski retrucou que a cadeia de custódia foi identificada íntegra. "Pensei que Vossa Excelência fosse garantista. São provas ilícitas", rebateu Barroso.

"Podem ser ilícitas, mas, enfim, foram amplamente veiculadas e não foram contestadas", rebateu Lewandowski.

Assista:


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp