Política

“Se o Ciro vai ficar nas rosas ou nos espinhos depende menos do marqueteiro”, avalia Jaques Wagner 

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João Santana foi o responsável pela campanhas vitoriosas da reeleição de Lula (PT) em 2006 e a eleição e reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2010 e 2014, respectivamente  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 28/04/2021, às 11h35   Victor Pinto


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Durante participação no programa BNews Agora na rádio Piatã FM, o ex-governador e senador da Bahia, Jaques Wagner (PT), não deixou de ironizar, apesar dos elogios, a contração do publicitário baiano João Santana pelo PDT de Ciro Gomes. Os primeiros vídeos da influência do marqueteiro já começaram a ganhar as redes sociais e a sutileza do “Ciro das rosas”, em referência as imagens que mostram o pedetista oferecendo a flor para a população, símbolo do partido, não deixou de ser opinado pelo petista, pretenso candidato a governador em 2022. 

“O considero [João Santana] um profissional realmente dos melhores e, sem dúvida alguma, a escolha do Ciro é uma escolha muito boa. Se o Ciro vai ficar nas rosas ou nos espinhos depende menos do marqueteiro e mais dele, né? Vamos ver como se desenrola isso aí. É óbvio que concordo. Você me conhecem: fazer campanha com raiva, com ódio, só falando mal dos outros, não leva ninguém a lugar nenhum. A ruindade do seu adversário em geral o povo conhece. O povo quer saber a sua bondade”, afirmou na noite da terça-feira (28). 

Os espinhos mencionados por Wagner dão o entendimento do jeito destemperado de Ciro, fato decisivo para ser controlado por João Santana com a repetição de receita do "Lulinha Paz e Amor". 

Santana foi o responsável pelas campanhas vitoriosas da reeleição de Lula (PT) em 2006 e a eleição e reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2010 e 2014, respectivamente. Foi condenado em 2017 no âmbito da Operação Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), parte da propina paga a partir do esquema de corrupção existente na Petrobras foi destinada ao Partido dos Trabalhadores (PT) para pagar serviços eleitorais, cujo apelido utilizado pelos envolvidos era “Acarajé”. 

Wagner fez questão de deixar claro que não guarda nenhuma mágoa do publicitário baiano.  “Eu acho que é uma grande escolha, independente de problema que podem ter acontecido na relação do PT com João, eu não vou negar a capacidade intelectual e capacidade profissional dele de saber interpretar a realidade política e de saber fazer uma campanha. Uma pessoa vitoriosa aqui no Brasil, fora do Brasil, já foi requisitado para vários países. Eu também não tô aqui para ser o marqueteiro dele. Mas de qualquer forma eu não tenho problema nenhum com ele”.

Na Bahia, o PDT tem se aproximado do núcleo do ex-prefeito ACM Neto (DEM), eventual adversário de Wagner nas urnas na próxima campanha. O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, não esconde a vontade de caminhar com o DEM e, inclusive, foi um dos avalistas da composição DEM/PDT na prefeitura de Salvador. O secretário da Saúde e deputado licenciado no núcleo duro do netismo, Léo Prates, também faz parte da agremiação. Contudo, o deputado Felix Mendonça Júnior, chefe da sigla no Estado, tenta manter os vínculos com o governador Rui Costa (PT). 

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