Política

Depoimento de Fábio Wajngarten na CPI pode causar "estrago" no governo, avalia Otto Alencar

Waldemir Barreto/Agência Senado
A recente entrevista do ex-titular da Secom à Veja já é uma prévia do potencial destrutivo do seu perfil "estourado", avalia o senador baiano do PSD  |   Bnews - Divulgação Waldemir Barreto/Agência Senado

Publicado em 01/05/2021, às 15h04   Luiz Felipe Fernandez


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Titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o senador Otto Alencar (PSD-BA) confia que o aguardado depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, pode abalar as estruturas do Palácio do Planalto.

Na visão do ex-governador da Bahia e cacique do partido, muitos desdobramentos vão surgir com os depoimentos dos ex-ministros da Saúde - principalmente do general Eduardo Pazuello. 

No entanto, a oitiva de Fábio Wajngarten, que em entrevista à revista Veja admitiu que "houve ineficiência" do governo para a aquisição de vacinas contra a Covid-19, pode causar um verdadeiro "estrago".

A entrevista, segundo Otto Alencar, já é uma prévia do potencial destrutivo do perfil do ex-titular da Secom.

Na terça-feira (4), na próxima sessão da CPI da Covid, os titulares analisam o requerimento que pede o depoimento de Wajngarten.

"O Planalto tem muito receio porque ele é muito estourado, intempestivo. Acho que ele pode fazer um estrago. Se já falou na entrevista, na CPI é possível que o estrago seja ainda maior", prevê Otto.

Na sessão de instauração da Comissão, Otto foi o presidente, por ser o senador mais velho do grupo, conforme determina o regimento interno. 

Nas primeiras duas horas, senadores governistas tentaram obstruir a sessão e Otto chegou a discutir com o líder do Centrão, o pepista Ciro Nogueira.

Já na última sessão, com o presidente designado Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), foram aprovados mais de 300 requerimentos, entre eles os que autorizam a convocação dos ex-ministros da Saúde como testemunhas.

Mas também tentaram passar requerimentos com a assinatura de uma assessora do gabinete do Palácio do Planalto. Depois, foi descoberto que Thaís Amaral Moura, autora de sete pedidos apresentados pelos senadores governistas, é namorada do advogado do clã Bolsonaro, Frederick Wassef.

"Os governistas tentaram obstruir o tempo todo e, ainda pior, é um absurdo usarem a estrutura do Poder Executivo para querer interferir no Poder Legislativo, com a assessora do gabinete pessoal. Bem ao estilo Bolsonaro, com manifestações agressivas, um negócio sem cabimento, antipolítica total. Eles são radicais, fundamentalistas, só criam problema", lamenta o senador.

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