Política

CPI da Covid: Servidora foi nomeada fiscal de contrato da Covaxin dois dias após reunião de Miranda com Bolsonaro

Jefferson Rudy/Agência Senado
O contrato, contudo, foi assinado pelo Governo Federal um mês antes, no dia 25 de fevereiro  |   Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Senado

Publicado em 06/07/2021, às 12h28   Luiz Felipe Fernandez


FacebookTwitterWhatsApp

Regina Célia Oliveira, servidora do Ministério da Saúde, revelou nesta terça-feira (6) que foi nomeada como fiscal do contrato da pasta para aquisição da Covaxin no dia 22 de março, dois dias após o encontro do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) com o presidente Jair Bolsonaro, no qual o parlamentar teria compartilhado a preocupação do seu irmão, Luís Ricardo, com a negociação.

O contrato, contudo, foi assinado pelo Governo Federal um mês antes, no dia 25 de fevereiro, quando já tinha sido empenhado o valor de R$ 1,6 bilhão para esta destinação. Neste período, o contrato ficou sem nenhum fiscal designado.

"Fui nomeada durante o contrato. Eu só tomei conhecimento desse contrato a partir da portaria. Antes, não tinha fiscal", disse a servidora, que também é fiscal dos contratos da Pfizer, Janssen e Butatan, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Segundo Regina, a primeira notificação feita por ela á empresa, com relação ao provável atraso na entrega prevista pelo contrato, no dia 30 de março. O outro relatório foi feito no dia 24 de maio, mas que o governo só decidiu suspender o acordo após a sua última manifestação, já no mês de junho, após vir à tona o escândalo da Covaxin.

Ela também negou ter sofrido qualquer tipo de pressão de superiores dentro da pasta, incluindo Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística acusado por representante da Davati de cobrar US$ 1 de propina por dose da vacina da AstraZeneca, e o tenente-coronel Alex Lial Marinho - ambos citados por Luís Ricardo Miranda.

PAGAMENTO ANTECIPADO

Diferente do que foi dito pelo técnico de carreira Luís Ricardo, Regina disse que não houve nenhum "pagamento antecipado" na primeira 'invoice' enviada pela empresa indiana, já que o para isso seria preciso aprovação inicial da Anvisa, o que não aconteceu.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp