CPI da Covid: Ex-chefe do PNI diz que pediu demissão por "politização" sobre vacina

A enfermeira Francieli Fantinato afirmou nesta quinta-feira (8), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que pediu demissão do cargo de chefe do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal devido à "politização" sobre o assunto. 

Desde 2019 no cargo, ela ressaltou que trabalhou ao longo dos últimos dois anos "incansavelmente" na secretaria, mas que é impossível para qualquer "gestão" coordenar uma campanha de vacinação "sem vacina" e sem uma "comunicação efetiva".

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"Há de se considerar que o PNI, sob qualquer gestão, não consegue fazer vacinação sem vacina e sem campanha de comunicação efetiva. Mesmo assim, me esforcei ao máximo para manter uma comunicação alinhada aos estados, 24h por dia, 7 dias por semana, para vacinar a população brasileira. Para um programa de vacinação ter sucesso é necessário ter vacinas e campanha publicitária efetiva. Infelizmente não tive nenhum dos dois", lamentou.

Apesar de reconhecer que "existam falas públicas" que colocaram em dúvida a efetividade da vacina, apesar de todas as comprovações, Francieli disse não ter "elementos" para avaliar se houve uma estratégia deliberada do Ministério da Saúde para boicotar o programa. Ela reforçou que a crítica feita à condução do governo Bolsonaro, feita em entrevista à Folha de S. Paulo, foi uma "opinião pessoal".

"Enquanto coordenadora do PNI, eu preciso de apoio, que sejam favoráveis as falas pela vacinação. Quando o líder da nação não fala de forma favorável, minha opinião pessoal é que traz prejuízos. Se me pedir números, não tenho elementos, mas enquanto coordenadora, precisava ter um posicionamento único", avaliou.