Política

Solla avalia que governo Bolsonaro está "derretendo": "Quanto mais aguentar, maior o estrago que será feito no País"

Vagner Souza / BNews
Presente a entrega das obras de requalificação do  Campo do Bariri, no bairro de Santa Cruz, em Salvador, Solla conta que brincou com seus correligionários que essa semana e a próxima são as duas melhores para o Brasil, uma vez que, em recesso parlamentar, o Congresso Nacional não pode aprovar nada  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza / BNews

Publicado em 19/07/2021, às 12h09   Luiz Felipe Fernandez e Marcos Maia


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O deputado federal Jorge Solla (PT) acredita que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) está passando por um processo de deterioração, e a questão a ser respondida é quanto tempo a atual gestão ainda é capaz de aguentar.

"O governo está derretendo. A questão é quanto ele vai aguentar. Quanto mais o governo aguentar, maior o estrago que será feito no País", avaliou em entrevista ao BNews na manhã desta segunda-feira (19).

Presente a entrega das obras de requalificação do  Campo do Bariri, no bairro de Santa Cruz, em Salvador, Solla conta que brincou com seus correligionários que essa semana e a próxima são as duas melhores para o Brasil, uma vez que, em recesso parlamentar, o Congresso Nacional não pode aprovar nada. 

"Quando aprova, nada é bom para o povo - como a privatização da Eletrobrás, a mudança do Marco do Saneamento - destruindo a capacidade dos pequenos municípios -, a viabilidade no corte de direitos trabalhistas, cortes graves na previdência social, destruição do orçamento na Saúde, Educação", exemplificou.

Ele avalia que o governo ainda se sustenta na base do "orçamento secreto", esquema de distribuição de dinheiro de forma desigual entre os congressistas, atendendo a vontade política do governo federal.

No conluio revelado pelo jornal O Estado de São Paulo neste ano, embora os recursos tenham origem na Lei Orçamentária, não existe transparência sobre os acordos para divisão das verbas, como ocorre, por exemplo, com as emendas parlamentares.

"No governo Bolsonaro, todas as votações importantes são alvos de compra de votos. Os parlamentares da base do governo, alguns têm recebido de R$60 à R$100 mil", acusou o deputado baiano. Nesse contexto, a oposição tem trabalhado para "diminuir os estragos”, avaliou Solla.

Na opinião do deputado, a "bola da vez" da corrupção dentro do governo é o Ministério da Saúde, em virtude das denúncias de corrupção relacionadas à aquisição de vacinas reveladas pela CPI da Pandemia.  

"É mais escandaloso ainda considerando que estamos passando por uma pandemia. O governo não comprou vacina diretamente dos produtores, apesar das ofertas de Pfizer e Janssen, criando um canal para aproveitar a aquisição de vacinas para propina", disse.

Além das suspeitas que recaem sobre o ex-ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, Solla destaca a citação a outros membros do exército brasileiro nas acusações. Por fim, o parlamentar comentou o atual cenário da pandemia da covid-19.

Nesse contexto, ele, que é ex-secretário de Saúde da Bahia, comemorou a iniciativa de cancelar a realização de um evento teste em Salvador, que estava marcado para o final deste mês, e lamentou que o final de semana mais uma vez tenha sido marcado pela realização de festas clandestinas e registro de aglomerações. 

"Estamos tendo a todo momento a notícia de novos casos, a transmissão continua acontecendo. Melhorou a situação? É óbvio! A vacinação está dando maior proteção a população de uma idade mais avançada, mas isso não é suficiente para que a gente possa  sair por aí como se não houvesse nenhum risco", ponderou.

Solla diz que, mesmo após as duas doses da vacina, segue usando máscara e mantendo os cuidados com higiene redobrados - como, por exemplo, o uso de álcool gel.

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