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Coronel diz que Bolsonaro não cometeu fake news, mas coloca CPMI à disposição do STF

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"Não entendo que seja uma fake news, porque não tem anonimato", diz senador baiano  |   Bnews - Divulgação Arquivo

Publicado em 04/08/2021, às 19h24   Henrique Brinco


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O senador Angelo Coronel (PSD), presidente da CPMI das Fake News, declarou ao BNews que o colegiado está aberto a colaborar caso seja acionado com o inquérito contra Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, o baiano entende que o presidente não tenha disparado fake news sobre a urna eletrônica - e sim, cometido desinformação. O ministro Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira (4), a inclusão de Bolsonaro como investigado no inquérito das fake news após alegações não comprovadas contra o sistema eleitoral brasileiro.

"A CPMI está aberta para colaborar com qualquer tipo de investigação, dentro do regimento. Existem pedidos de compartilhamento de documentos, que só podemos compartilhar após ouvir a Advocacia-Geral do Senado ou mediante alguma ordem judicial. Mas não temos nenhuma objeção em contribuir com investigações", declarou o parlamentar, em conversa com a reportagem no início da noite.

Indagado sobre o que pensa sobre as acusações de Bolsonaro contra a urna eletrônica. "Ao longo dos anos em que milito na vida pública, nunca se teve nenhuma denúncia de peso sobre fraude nas urnas. Evidente que alguns candidatos aqui na Bahia, quando perdem a eleição, sempre têm alguma ilação de que houve fraude, mas depois não vai à frente porque não tem como comprovar. Acredito que o sistema eleitoral brasileiro é seguro e, para mudarmos, teríamos que ter fato concreto que exija uma mudança. Por enquanto, não vejo fundamento plausível", avalia.

Questionado, ainda, se Bolsonaro será interpelado pela CPMI das Fake News. "Veja, fake news é quando não tem a figura, o sujeito. O sujeito é oculto. A partir do momento que é o presidente que está divulgando, ele tem que arcar com sua opinião. Não entendo que seja uma fake news, porque não tem anonimato. Existe uma confusão entre fake news e desinformação. É preciso que seja separado", explica. "É a mesma coisa da liberdade de expressão. O artigo 5 da constituição dá o direito da liberdade de expressão, mas não dá ao anonimato. A partir do momento que você comete injúria, você está disponível para ser acionado pela vítima. No caso de Bolsonaro, não tem sujeito oculto. Não tem anonimato", finaliza.

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