Votos favoráveis de Coronel a projetos do governo Bolsonaro ainda geram incômodo na base

Publicado em 06/09/2021, às 08h45 Victor Pinto

A posição do senador Angelo Coronel (PSD) no voto favorável a MP 1045/2021 no Senado Federal foi a gota d’água para insuflar uma onda de críticas, nos bastidores, da sua postura desassociada a base do governo Rui Costa (PT), tida como uma gestão de esquerda. A MP criaria o novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e promoveria uma minirreforma na legislação trabalhista, mas foi rejeitada. Os senadores Otto Alencar (PSD) e Jaques Wagner (PT) votaram contra.

O assunto ainda rende, apesar da votação ter acontecido faz uma semana. O pessedista justificou ser farovável a todos os projetos que gerem emprego. A argumentação não foi convincente.

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O clima nada agradável entre os pares começou a esquentar desde a votação da privatização da Eletrobrás, outra pauta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e que contou com o voto favorável do ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia.

O BNews conversou com alguns parlamentares, principalmente os liados mais a esquerda, e a resposta foi unânime da forma como Coronel, que um dia prega a unidade da base do Senado com vídeo publicado nas redes sociais, e no outro dia segue a cartilha governista do Planalto.

Todos os ouvidos, em anonimato, classificam que Coronel tem visado mais ele do que o grupo, o projeto como um todo. A troca desse alinhamento, apesar de sempre apresentar justificativas voltas para a geração de emprego ou reaquecimento da economia, traz de pano de fundo a liberação de emendas.

Em grupos de whatsapp, por exemplo, eleitores ligados ao PSB chegaram a comentar: “ainda bem que não votei nele”. No Twitter também há publicações nessa mesma linha.

O presidente do PCdoB na Bahia, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte de Rui, Davidson Magalhães, por exemplo, foi sutil em sua colocação. Em publicação na sua conta do Instagram, estampou a foto de Otto e Wagner e na legenda enalteceu a postura dos dois nos votos contrários as pautas defendidas pelo bolsonarismo.

"Jaques Wagner e Otto Alencar, dois senadores que honram a Bahia, disseram não à nova reforma trabalhista, que destruiria direitos e garantias dos trabalhadores brasileiros. Orgulho do povo baiano, por defender os nossos direitos no senado, nos representando de maneira exemplar", escreveu há três dias.