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Fux critica "falsos profetas do patriotismo" e aponta "crime de responsabilidade" após atos

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"Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis", diz ministro  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV

Publicado em 08/09/2021, às 14h39   Henrique Brinco


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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, fez um duro discurso contra as manifestações de cunho golpista realizadas por bolsonaristas no Sete de Setembro. Segundo ele, ofender a honra dos ministros e incitar a população a não cumprir decisões judiciais "são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis".

"Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação", declarou, um dia após o presidente Jair Bolsonaro discursar afimando que não irá cumprir medidas judiciais do ministro Alexandre de Moraes.

“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, disse Fux.

O posicionamento de Fux reflete uma postura conjunta dos ministros do Supremo. No Sete de Setembro, Bolsonaro voltou a tecer ataques contra Moraes. "Não se pode permitir que um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda para arquivar seus inquéritos. Saia, Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro, deixa de censurar", disse aos apoiadores, na Avenida Paulista.

Fux ainda afirmou que o STF não será fechado. "Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança. No exercício de seu papel, o Supremo Tribunal Federal não se cansará de pregar fidelidade à Constituição e, ao assim proceder, esta Corte reafirmará, ao longo de sua perene existência, o seu necessário compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com o respeito aos poderes e às instituições deste país", avisou.

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