Política
Publicado em 16/09/2021, às 10h30 Victor Pinto* e Nilson Marinho
O plano de saúde Prevent Senior ocultou mortes de pacientes infectados com a Covid-19 que foram submetidos a um estudo realizado para testar a eficácia de medicamentos como a hidroxicloroquina. A informação foi confirmada ao BNews pelo senador Otto Alencar, membro da comissão da CPI. Os senadores ouviriam nesta quinta-feira (16) o depoimento do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, que vai faltar à sessão.
Segundo o senador, os médicos que atendiam pelo plano assinaram um acordo de obediência, lealdade e confidencialidade com a empresa para evitar que o tratamento fosse divulgado e o procedimento questionado.
“É crime contra a vida, isso é muito grave, alguém que paga o seguro [de saúde] e não recebe o tratamento adequado, tendo no lugar o tratamento com o 'kit covid'. O médico não tinha o direito e autonomia de analisar os pacientes, considerando que todos pacientes de Covid são iguais, com as mesmas complicações e variantes da doença [...]”
“Tem de dar liberdade aos médicos para enviarem uma carta aberta para o Senado federal. O seguro exigia dos profissionais silêncio, obediência e lealdade”, completou Otto.
Denúncia
A denúncia do tratamento com médicos ineficazes contra o vírus chegou à CPI da Covid por meio de um dossiê elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent. No requerimento aprovado pela Comissão para a convocação do diretor-executivo, o senador Humberto Costa (PT) questiona o motivo do investimento da Prevent Senior nos medicamentos para o "tratamento precoce".
O petista explicou que vários clientes do plano de saúde procuraram a CPI para denunciar a política praticada pela empresa, e reproduziu uma das mensagens recebidas de pessoa, mantida em anonimato.
"“Bom dia. Sou *** e te peço ajuda pra fazer chegar à CPI da Covid a denúncia de que os clientes da Prevent Senior com covid são assediados pra aceita o kit com cloroquina. Minha companheira testou positivo ontem e ao passar pela consulta o médico disse que era protocolo da empresa oferecer o kit. Ela recusou. Mais tarde, em casa, recebeu um telefonema de um funcionário insistindo em que ela aceitasse tomar o kit com cloroquina, porque era o único remédio para isso e se a doença ficasse pior, não tinha o que fazer a não ser entubar (sic). Minha companheira disse novamente que não, mas no estado de fragilidade e medo em que está, ficou muito nervosa. Essa empresa insiste e assedia os pacientes com essa medicação sem eficácia. Se fazem isso com quem está em casa, imagine quem está internado com Covid. Eu não sabia quem procurar. Obrigada.”, diz a mensagem.
*Editor de Política do BNews está em Brasília para a cobertura da CPI da Covid
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