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CPI da Covid: Luciano Hang terá que explicar sobre atestado de óbito da mãe e "gabinete paralelo"

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Publicado em 29/09/2021, às 07h44   Redação BNews


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Apontado como um dos integrantes do "gabinete paralelo" que dava suporte informal e sem embasamento científico ao governo federal no enfrentamento à pandemia, o empresário Luciano Hang é aguardado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (28).

O dono da rede de lojas Havan deve ser questionado sobre o esquema de disseminação de fake news em benefício do governo Bolsonaro, e sobre o atestado de óbito da sua mãe, que teria sido fraudado pela Prevent Senior, para omitir que ela tinha falecido em decorrência de complicações da Covid-19.

A Prevent é acusada de cometer uma série de irregularidades durante ao longo da pandemia, principalmente no auge da crise sanitárias. Além de ocultar mortes pela doença, que teria ocorrido em outros casos, teria produzido um estudo clandestino para supostamente criar argumentos em favor de medicamentos do chamado "kit covid", que era distribuído pelos médicos conveniados ao plano.

Em nota enviada à imprensa, Luciano Hang garantiu que tem "total confiança nos procedimentos adotados pela Prevent Senior" e que ele já tinha esclarecido que a morte da mãe foi em razão das "complicações por conta das comorbidades".

Regina morreu aos 82 anos em fevereiro de 2021 após ser internada com covid-19, mas o prontuário médico dizia que a morte foi em decorrência de uma pneumonia bacteriana.

Nos bastidores, o depoimento de Hang é muito esperado e há a expectativa que seja marcado por um clima de confronto e provocação, que já dá sinais antes mesmo da oitiva. Nesta segunda-feira (27), o empresário postou um vídeo algemado, ironizando os senadores da CPI. 

"Trabalho 24 horas por dia, então vou ter todo o tempo do mundo e, se por acaso não aceitarem o que vou falar, já comprei uma algema para não gastarem dinheiro. Vou entregar uma chave para cada senador e que me prendam", desafiou .

Vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues diz que será preciso ter "tranquilidade" para desempenhar o trabalho corretamente durante o depoimento e não cair nas "armadilhas" que fatalmente devem ser armadas por Hang e pelos senadores governistas.

"Terá armadilhas do depoente e armadilhas dos colegas governistas para tentar, me permitam o termo, melar no final [os trabalhos da CPI]. Atrapalhar no final. Temos que ter serenidade para superar esses obstáculos. Será um depoimento como tantos outros que vocês acompanharam, mas precisaremos ter um pouquinho mais de cuidado para não recair em provocações.", salienta.

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