Política

MST joga pés de frango no Ministério da Economia em ato contra Guedes

Marcelo Carmargo/Agência Brasil
Bnews - Divulgação Marcelo Carmargo/Agência Brasil

Publicado em 07/10/2021, às 20h32   Folhapress


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Um grupo de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) realizou um ato contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, na entrada do prédio da pasta nesta quinta-feira (7).

Com pés de frango e notas de dólar de mentira estampadas com o rosto de Guedes, o grupo protestou contra a inflação da comida e criticou a existência de offshore milionária do ministro em paraíso fiscal.

Os investimentos de Guedes foram revelados no domingo (3) por veículos como a revista Piauí e o jornal El País, que trouxeram à tona documentos da Pandora Papers.

Os manifestantes também jogaram tinta na fachada lateral do prédio e carregaram um cartaz que dizia "Paraíso fiscal, investe em mim".

Durante a manifestação, os integrantes denunciaram o lucro da elite durante a pandemia e a fome. Relatos de brasileiros comendo pés de galinha, ossos e mudando os hábitos alimentares diante da inflação se tornaram frequentes durante a crise de Covid.

No dia 23 de setembro, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a frente Povo Sem Medo também protestaram contra a fome em ato no edifício-sede da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), na região central da capital.
"O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de pessoas que passam fome. São mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras sem emprego. Uma realidade dura que atormenta as famílias diariamente enquanto o ministro da economia lucra milhões de dólares com investimentos em paraísos fiscais no exterior", disse Jailma Lopes, do MST pela juventude, em comunicado a jornalistas.

O ato também denunciou a atuação da Prevent Senior, investigada pela CPI da Covid, e seu capital no exterior, também evidenciado pelo Pandora Papers.

COALIZÃO PEDE IMPEACHMENT DE GUEDES

A Coalizão Direitos Valem Mais, que reúne 200 entidades, deve protocolar nesta quinta-feira um pedido para que o STF (Supremo Tribunal Federal) remova Paulo Guedes do cargo.

O pedido de impeachment não está relacionado à offshore, mas aos supostos crimes de responsabilidade que o ministro teria cometido durante a pandemia de Covid, como não ter incluído na proposta de Orçamento de 2021 recursos para combater o coronavírus.

"Paulo Guedes deixou de prever em 2020, na proposta do orçamento de 2021 enviada ao Congresso Nacional, recursos para o enfrentamento da Covid-19 neste ano, que concentrou até o mês de agosto aproximadamente 65% das mortes e 62% dos contaminados desde o início da pandemia", disse a organização.

Na ação, a coalizão diz que a ausência de previsibilidade de recursos para o combate à Covid-19 na proposta de orçamento de 2021 reflete a aposta do governo na imunidade de rebanho.

A entidade também cita o que chama de "política de fomento à pobreza", diante do aumento do número de pessoas em extrema pobreza na crise, e o "pacote antiambiental", em que acusa Paulo Guedes de fragilizar a capacidade do Estado de garantir o direito à proteção e à preservação do ambiente.

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