Briga por Bolsonaro pode deixar sequelas em partidos do Centrão

A disputa entre o PP e PL pela filiação do presidente Jair Bolsonaro pode deixar mágoas e "sequelas" na relação entre os dois partidos. Segundo a colunista Juliana Dal Piva, do UOL, um interlocutor que participa da negociação do chefe do Executivo disse que mesmo que não termine em um rompimento, vai deixar marcas toda essa rusga que marca o período pré-eleição de 2022.

A avaliação entre aliados mais próximos é de que o PP, com maior envergadura, leva vantagem, principalmente com a entrada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI), na roda de conversas. Caso o PL não consiga filiar Bolsonaro, cresce os rumores de que poderia ficar livre para abandonar a base do governo.

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Ao saber que as conversas do PL com Bolsonaro se intensificaram, o PP investiu pesado. No domingo, o presidente chegou a avisar o líder do PL, Valdemar Costa Neto, que o "sim" era só uma questão de formalidade e últimos ajustes, mas no dia seguinte, o ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira, se movimento.

Logo cedo, Ciro se encontrou com Bolsonaro e pressionou para tentar convencer o presidente. Pela tarde, Valdemar Costa Neto publicou um vídeo reforçando o convite para o PL.

Correndo por fora, o também condenado no "Mensalão", Roberto Jefferson, está magoado com Bolsonaro e tem escrito cartas com fortes críticas ao presidente e ao seu filho. Ele chegou a sugerir que iria pedir a aliados que convidasse o vice Hamilton Mourão para ser candidato à presidência pelo partido.

A percepção dos aliados é que toda essa disputa, intensificada pela falta de atitude e escolha de Bolsonaro, possa refletir na harmonia dos partidos do Centrão nas eleições de 2022.

""Mais uma vez ele é o responsável pelo próprio insucesso", disse um dos políticos do grupo.