Política

PEC dos Precatórios: João Leão reage às falas de Rui Costa sobre "deputados traíras"

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Publicado em 05/11/2021, às 10h35   Victor Pinto


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O vice-governador João Leão (PP) endossou a posição do seu filho e líder do PP na Câmara Federal, Cacá Leão (PP), que rebateu os ataques do governador Rui Costa (PT) aos “deputados traíras” que votaram a favor da PEC do Precatórios. Em conversa com o BNews na manhã desta sexta-feira (5), Leão confirmou que o chefe do Palácio de Ondina combinou o acordo para que houvesse o encaminhamento da votação. “Eu acho que ele se esqueceu do combinado”, disse.

De acordo com Leão, no meio do imbróglio sobre a tramitação da proposta, Rui acionou o senador Otto Alencar (PSD) para intermediar um acordo sobre o projeto. Nesse percurso o filho do vice-governador, Cacá, também foi inserido no diálogo junto ao presente da Casa, deputado Artur Lira (PP-AL).

“Ele me ligou e eu disse para conversar com os nossos deputados. Cacá me disse que Otto já estava cuidando disso com o presidente da Câmara. O que o Otto falou, Cacá estava presente. Combinaram tudo, acertaram tudo. Ficou da maneira que Otto queria que era o que Rui queria. Quem entende disso agora?”, questionou.

O governador Rui Costa havia subido o tom, em evento no interior da Bahia, nesta quinta-feira (4), contra deputados baianos. “Ano que vem vou rodar essa Bahia inteira pedindo pra separar o joio do trigo. É revoltante o que esse povo faz com o povo pobre. Deputado eleito com o apoio da população votando contra a população”, disse. 

Questionado se há uma crise instaurada, Leão desconversou. “Não tem crise e nem briga. Eu conheço Rui muito bem. O governador é gente boa. De vez em quando ele extrapola, mas eu vou fazer o que?”.

ACORDO - O senador Otto Alencar havia dado uma declaração semelhante ao cenário traçado por Leão. Ao BNews, na quinta-feira (4), logo após a votação, o presidente do PSD confirmou o acordo junto ao chefe do Executivo baiano.

De acordo com Alencar, nos últimos dias as conversas se intensificaram e o petista teria aceitado a condição apresentada: dos R$ 90 bilhões devidos pela União em precatórios no geral, 40% serão pagos em 2022; 30% em 2023 e outros 30% em 2024, com prioridade aos recursos do Fundef.

O mesmo bate-papo aconteceu entre os governadores de Pernambuco e Ceará, Paulo Câmara (PSB) e Camilo Santana (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Segundo Otto, o acordo foi a alternativa encontrada para evitar que o pagamento dos precatórios não tivesse nenhum prazo legal para ser realizado, ou seja, que pudesse ficar congelado "ad eternum".

VOTOS - A PEC dos Precatórios, passou na Câmara dos Deputados com apenas cinco votos a mais dos que os 308 necessários. A proposta adia o pagamento de Precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça), para viabilizar a concessão de pelo menos R$ 400 mensais aos beneficiários do novo programa no ano eleitoral de 2022.

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