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PEC dos Precatórios: PDT reavalia posição e deve surpreender no segundo turno da votação

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Publicado em 08/11/2021, às 10h14   Luiz Felipe Fernandez


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O deputado federal Félix Mendonça, presidente do diretório do PDT na Bahia, confirmou nesta segunda-feira (8) que o partido pode mudar o posicionamento e fechar questão pelo voto contrário à PEC dos Precatórios, defendida pelo governo para custear o Auxílio-Brasil. 

O partido vai se reunir em Brasília, no Distrito Federal, nesta terça-feira (9), para decidir sobre mudança de orientação, e Félix garante que vai seguir o que for acordado.

 A posição de alguns parlamentares irritou o ex-ministro Ciro Gomes, que suspendeu a sua pré-candidatura à presidência pela legenda.

Com o placar apertado de 312 votos a 144 no primeiro turno, seria possível que somente com a guinada do PDT, o resultado fosse revertido no segundo turno e a PEC, barrada. 

Mas o resultado, contudo, ainda é uma incógnita, visto que 53 deputados se ausentaram na votação da última semana. Se comparecerem, podem pesar a balança a favor do Planalto.

Félix conta ao BNews que o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, mostrou que a arrecadação subiu no Brasil nos últimos meses e que o adiamento dos precatórios não era justificativa para viabilizar o programa assistencialista criado por Bolsonaro para substituir o Bolsa Família.

"O presidente Lupi disse que nos últimos três meses a arrecadação do Brasil subiu 30%, tem dinheiro para pagar auxílio. Amanhã vamos nos reunir a partir de 12h e o partido vai fechar posição. Quando fecha questão, deixa de ser uma orientação e vira determinação [...] amanhã devemos sair com uma posição e vou acompanhar a posição que o partido definir", garante.

Ao menos metade dos 15 votos favoráveis de pedetistas devem revertidos, acredita Félix, o que daria entre 7 e 8 parlamentares — o suficiente para garantir a rejeição.  A outra metade, ressalta o deputado, deve manter a sua posição mesmo com a eventual ordem do partido, pois é "bolsonarista".

"Dos 15 a favor, acredito que metade acompanhe o partido, e outra metade que votou porque era bolsonarista mesmo, não é o meu caso, que votei pelo auxílio. Se o PDT conseguir reverter 7 votos, o governo vai precisar buscar em outro lugar", relata Félix, citando o correligionário Alex Santana, deputado evangélico do partido pela Bahia, que já teve a sua expulsão anunciada após participar de ato pró-Bolsonaro no 7 de setembro.

Às vésperas da votação do primeiro turno, o governo federal liberou quase R$ 1 bi em emendas do relator, no chamado "orçamento secreto". Em dois dias, o valor superou 30% do permitido no mês. 

Félix diz que este dinheiro não chega e sua mão ou do partido e que não compactua com esse "tipo de emenda".

"Eu não posso chegar em um município botando R$ 10 milhões, R$ 20 milhões, que custa uma votação da reforma da Previdência, privatização dos Correios, Eletrobras, ou a PEC dos Precatórios. Essas emendas milagrosas, eu só ouço falar, mas não tem carimbo com nome do deputado. Só sabemos quando se apresenta levando milhões e milhões. Eu só recebo as minhas emendas impositivas, o que tiver de bancada e comissões que a gente participa", justifica

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