Política

Otto ameniza crise com Rui Costa: “não ando com galão de gasolina”

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Publicado em 08/11/2021, às 10h31   Victor Pinto


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Apesar das relações do grupo da base governista terem ficado estremecidas nos últimos dias com as declarações do governador Rui Costa (PT) que chamou os deputados de traíras, o senador Otto Alencar (PSD) iniciou a semana com uma bandeira da paz estendida. A fala do petista contrária a aprovação em primeiro turno da PEC dos Precatórios atingiu em cheio os liderados de Otto do PSD. O senador, no entanto, confirmou que não há crise.

“Eu não ando com galão de gasolina, eu ando com um balde de água para apagar o incêndio. Já passou. Acho que temos que nos preocupar com o desemprego galopante provocado pelo presidente Bolsonaro, com a crise hídrica, com a inflação nas alturas e não dá para ficar alimentando crise na Bahia, coisa que nunca teve”, disse ao BNews na manhã desta segunda-feira (8). 

O político afirmou que tem conversado constantemente com seus deputados e não há mais fogo aceso do incêndio. 

Questionado como fica a postura do PSD no segundo turno da votação da PEC, o senador saiu pela tangente. “Temos que ver como vai ficar. O STF paralisou. Os líderes vão se reunir nesta segunda ainda”. 

Pelo apurado, os cardeais da base governista esperam o retorno de Jaques Wagner (PT), da Escócia, no meio da semana, para se reunirem e apararem arestas que ainda sobraram. Otto não confirma se haverá reunião. 

ACORDO - Na semana passada, Otto havia dado uma declaração semelhante ao cenário traçado por Leão. Ao BNews, na quinta-feira (4), logo após a votação, o presidente do PSD confirmou o acordo junto ao chefe do Executivo baiano.

De acordo com Alencar, nos últimos dias as conversas se intensificaram e o petista teria aceitado a condição apresentada: dos R$ 90 bilhões devidos pela União em precatórios no geral, 40% serão pagos em 2022; 30% em 2023 e outros 30% em 2024, com prioridade aos recursos do Fundef.

O mesmo bate-papo aconteceu entre os governadores de Pernambuco e Ceará, Paulo Câmara (PSB) e Camilo Santana (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Segundo Otto, o acordo foi a alternativa encontrada para evitar que o pagamento dos precatórios não tivesse nenhum prazo legal para ser realizado, ou seja, que pudesse ficar congelado "ad eternum".

LEÃO - O vice-governador João Leão (PP) - que teve um mal estar neste fim de semana, foi hospitalizado e já está em casa - também foi na linha paz e amor quando indagado sobre a eventual crise motivada pela fala de Rui. “Ele me ligou e eu disse para conversar com os nossos deputados. Cacá me disse que Otto já estava cuidando disso com o presidente da Câmara. O que o Otto falou, Cacá estava presente. Combinaram tudo, acertaram tudo. Ficou da maneira que Otto queria que era o que Rui queria. Quem entende disso agora?”, questionou.

Os recados, no entanto, foram dados por Cacá Leão, filho do vice-governador, e o deputado Otto Alencar Filho, filho do senador. Ambos utilizaram as redes sociais. 

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VOTOS - A PEC dos Precatórios, passou na Câmara dos Deputados com apenas cinco votos a mais dos que os 308 necessários. A proposta adia o pagamento de Precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça), para viabilizar a concessão de pelo menos R$ 400 mensais aos beneficiários do novo programa no ano eleitoral de 2022.

Classificação Indicativa: Livre

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