Ex-secretário diz que deixou o cargo por pressão de Doria após apoiar seu adversário

Um ex-funcionário da Prefeitura de São Paulo diz que pediu exoneração do cargo após declarar o seu apoio à candidatura de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, nas prévias do PSDB para representante do partido na eleição pela presidência da República.    

Orlando Faria diz ter certeza que a sua saída da Secretaria de Habitação foi resultado da pressão feita pelo governador de São Paulo, João Doria, que é adversário de Leite nas prévias.

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Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o antigo secretário ouviu de pessoas ligadas à Prefeitura que a sua decisão de apoiar Eduardo Leite teria caído "como uma bomba" na campanha de Doria e que a relação da pasta com estado e município era forte.

"O prefeito [Ricardo Nunes] foi pressionado para demitir. Tenho certeza, não tenho dúvidas sobre isso", diz Faria.

Ricardo Nunes (MDB) assumiu o cargo no após a morte de Bruno Covas, que era do PSDB.

Sem confirmar, Faria diz que nunca ouviu "diretamente" nenhuma ameaça de retaliação à Prefeitura caso permanecesse, mas que "o tempo todo era esse o teor da conversa" nos bastidores. Contudo, disse que não tinha "dúvidas" de que a sua saída foi em razão da pressão exercida sobre Ricardo Nunes.

" Tenho certeza. Não tenho dúvidas.O prefeito foi pressionado para demitir. O desfecho seria uma demissão de uma forma ou outra. Mas me coloquei à disposição antes que isso acontecesse para não prejudicar a cidade. Em comum acordo com o prefeito, fiz o pedido de exoneração", justificou.