O PSDB vem fazendo uma aposta, entre outras, para minar um argumento que integra tradicionalmente o discurso dos principais adversários políticos: os petistas. O primeiro exemplo veio neste ano para a eleição municipal de São Paulo.
O candidato derrotado à presidência da República, José Serra, desceu do tablado e disputou prévia para ter confirma a sua pré-candidatura. Os petistas se preparam para que o elemento em tese democrático seja utilizado contra eles na eleição.
Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, como de conhecimento público foi uma imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A senadora e ex-prefeita Marta Suplicy engoliu a seco a nomeação. Lula já havia feito isso, com sucesso, quando “indicou” a presidente Dilma Rousseff.
Enfim, os tucanos pretender adotar o tom antes defendido pelos petistas. A democracia interna, que no PT agora ficou mais difícil de ser exercida. O exemplo do deputado estadual Bira Coroa que declinou por convencimento de disputar a sucessão de Camaçari na Bahia é emblemática.
Seguindo, eis que em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, do portal Terra Magazine, o senador Aécio Neves, candidato tido como certo à cargo máximo do Executivo nacional em 2014, afirma que defende as prévias. Seria uma forma de legitimar e endossar a condição do neto de Tancredo Neves.
“Em 2013, no final de 2013, no que depender da minha posição pessoal, o PSDB, através de prévias, vai iniciar o processo de identificação do nome que vai conduzir essas bandeiras”. A medida tem duas implicações ainda. A primeira é evitar o racha visto nas duas últimas eleições presidenciais e a segunda de cortar as asas de José Serra.
Dentro do ninho tucano, o paulista é tido como carta fora do baralho na sucessão presidencial, contudo, as eleições de 2012 podem trazer novos ingredientes para esta ceia do PSDB.
Foto: Gilberto Júnior // Bocão News
