Após seis sorteios e cinco desistências, o Conselho de Ética do Senado escolheu o senador Humberto Costa (PT-PE) para relatar a representação do PSOL para investigar o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Primeiro a ser sorteado, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) declinou da função alegando "foro íntimo". O mesmo ocorreu com o senador Gim Argello (PTB-DF). Terceiro a ser sorteado, o senador Cyro Nogueira (PP-PI), por telefone, recusou a função. Os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros (PMDB-AL) também declinaram.
"Já que ninguém quer ser relator, quem quer ser presidente?", ironizou o presidente interino do conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) devido à dificuldade de escolha de um relator para o caso.
O ex-presidente do conselho senador Jayme Campos (DEM-MT), antes do início da eleição como já havia manifestado anteriormente, declarou-se impedido de participar da escolha do relator do caso por ser do mesmo partido de Demóstenes, o Democratas.
Conselho
Percebe-se grande a relutância de quadros históricos do Congresso Nacional em julgar o caso de Demóstenes. Seja pela relação estabelecida com o parlamentar ou pela pressão que CPI vai trazer consigo.
Certamente, a imprensa e as mais diversas camadas da sociedade civil estarão atentas ao resultado do Conselho de Ética. A possibilidade de tudo acabar em pizza, como geralmente ocorre, não parece ser o horizonte. Não dessa vez.
À Demóstenes também em nada adianta renunciar, como outros já fizeram para evitar uma eventual condenação e inelegibilidade consequente. Com a lei da Ficha Limpa, mesmo pedindo para sair, se condenado, o senador perderá os direitos políticos.