Política

“Deixa vida me levar” dita ritmo na Câmara

Imagem “Deixa vida me levar” dita ritmo na Câmara
Última sessão ordinária foi realizada no dia 18 de abril  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/05/2012, às 07h06   Daniel Pinto


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Olívia Santana (PCdoB), Aladilce de Souza (PCdoB), Joceval Rodrigues (PPS) e Sandoval Guimarães (PMDB). Essa é a relação de vereadores que marcaram presença no plenário da Câmara Municipal de Salvador (CMS) nesta quarta (2). O número, obviamente, não chegou nem do mínimo necessário para abertura da sessão ordinária. A última vez que isso aconteceu foi há exatamente duas semanas, em 18 de abril. Neste dia, a Casa votou uma grande quantidade de projetos considerados de pouca relevância social, entre eles concessões de honrarias, moções, indicações e homenagens.


“A Câmara não tem cumprido o seu papel: não legisla e nem fiscaliza o Poder Executivo. Estava de licença e assim que voltei deixei bem claro à Mesa Diretora que se não votarmos projetos importantes de minha autoria vou passar a obstruir os trabalhos. Só para você ter ideia, na pauta da Casa tem a convocação ao secretário Marcelo Abreu (Sesp), que tem descumprido a lei de fracionamento em estacionamentos, e outro que pretende instituir a sabatina com vereadores como requisito para nomeação de presidentes de empresas públicas e superintendentes de órgãos municipais”, observou Alcindo da Anunciação (PT).



O peemedebista Sandoval Guimarães também crítica o desempenho da CMS. Mas, faz uma avaliação menos personalista e destaca a negligência do Legislativo diante das mazelas que afligem a capital baiana. “Hoje, não conseguimos reunir 14 vereadores para garantir o quorum da sessão. Enquanto isso, existe o indicativo de greve dos rodoviários, o julgamento das contas do prefeito e os preparativos para a Copa. Além disso, como a Câmara é a bússola da cidade, não podemos nos furtar a discutir e buscar soluções para o crescimento dos índices de violência e a greve dos professores da rede estadual. É preciso acabar com esse clima de ‘deixa a vida me levar’. Temos que ter responsabilidade, especialmente porque o município vive uma situação extremamente difícil”.



Apesar de concordar com o desgaste do Legislativo, a vereadora Aladilce de Souza (PCdoB) acredita que a gênese do problema é política e está diretamente relacionada com os “desmandos” do Thomé de Souza. “De fato, não é bom para imagem da Câmara. Entretanto, como a oposição só tem nove integrantes, não conseguiríamos abrir a sessão. Essa responsabilidade cabe à bancada governista. Mas, a orientação da prefeitura é impedir o debate para evitar uma exposição ainda maior da gestão João Henrique”.


Fotos: Roberto Viana/Bocão News
Nota originalmente publicada às 16h do dia 2

Classificação Indicativa: Livre

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