Política

O Zé Neto de Zé Neto se revela

Imagem O Zé Neto de Zé Neto se revela
Com o clima quente, Rosemberg Pinto aparece para blindar líder governista'  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/05/2012, às 09h50   Luiz Fernando Lima (@limaluizf)



O clima na Assembleia Legislativa da Bahia esquentou na última terça-feira (29) com a denúncia de que algum deputado teria sofrido agressões verbais e físicas dos professores que estão acampados no Palácio Luís Eduardo Magalhães.

O presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), afirmou que iria investigar. “Caso as denúncias forem confirmadas vou pedir para que os professores sejam retirados da Assembleia”. Os professores que ocupavam a galeria Paulo Jackson, acima do Plenário, aplaudiram Nilo, confiantes de que não praticaram excessos no processo reivindicatório.

Os deputados de oposição trataram de correr à tribuna do parlamento para afirmar que acreditavam que nos educadores. Neste ínterim chamaram a atenção do presidente para o fato de que se alguém foi agredido, este deveria procurar os mecanismos legais para denunciar e conseguir, se assim ficar provado, um mandado de segurança que impeça os responsáveis pelas agressões de se aproximar. Todas as declarações carregadas de ironia.

Elmar Nascimento (PR) ponderou que os professores não poderiam responder por uma ação isolada, em caso de confirmação da agressão. O republicano defendeu que não se pode condenar a todos pelas eventuais transgressões de alguns. Utilizou como exemplo os próprios deputados que não devem ser condenados ou julgados pelos desvios de um.

Outros parlamentares utilizaram seus tempos no púlpito para contemporizar a situação. Daí chegou a vez de Targino Machado (PSC). O deputado é tido como o mais polêmico da atual legislatura e tem se destacado pelo o que os pares consideram exageros. Desta vez, Targino não se contentou em chamar Zé Neto de “traidor”, partiu para o ataque e disse que os professores é que deveriam pedir para que o petista mantivesse a distância “até por uma questão de higiene”.]

Os discursos de Targino costumam ser diretos e sem muitos rodeios ou metáforas. Já Rosemberg Pinto (PT) não foi tão claro, mas sensibilizado pelo constrangimento provocado a seu correligionário pediu a palavra e se apropriou do jogo da retórica. Num parlamento que tem se caracterizado mais pela homologação dos projetos do Executivo, o dia foi quente.

Voltando a Rosemberg, ele insinuou que havia ali, em plenário, deputados que utilizavam seus gabinetes para outros fins que não os da atividade parlamentar, como destacou o colunista do jornal A Tarde, Biaggio Talento. Disse ainda, que ele e o próprio líder de governo, Zé Neto, estavam tranquilos quanto a isso, pois em suas salas tudo acontece às claras. As pessoas são recebidas.

Zé Neto

O petista disse ainda que Zé Neto quando chega em casa tem o afago da família, do lar. Diferente de outros pares que falam do que desconhecem. Em um discurso cifrado e cheio de recados, Rosemberg iniciou um processo que pode trazer à luz muito do que corre as escondidas no Legislativo baiano.

Com a medida, Rosemberg assume o lugar que Zé Neto ocupava na legislatura passada. Em diversas oportunidades, o feirense subia na tribuna para responder às criticas, excessos e acusações da oposição, numa clara estratégia de blindar o líder do governo à época Waldenor Pereira.

Nestes dois anos que ocupa a liderança a bancada governista ainda não havia identificado o Zé Neto de Zé Neto. Agora, ao que parece, o candidato se revelou. A despeito de que o feirense está próximo a deixar a liderança para se dedicar à pré-candidatura em Feira de Santana.

“Eu já teria deixado se não estivesse envolvido na resolução desta situação (greve dos professores). Seria irresponsável da minha parte. Eu acompanhei todo o processo e ninguém pode afirmar que houve erro na condução da negociação. É claro que quero me dedicar à candidatura, mas o momento ainda vai chegar”.

Fotos: Edson Ruiz  e Roberto Viana // Bocão News

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