Política

2 de Julho: sinal fechado não impede protesto

Imagem 2 de Julho: sinal fechado não impede protesto
Governador considera protestos são injustos diante das propostas do governo   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/07/2012, às 07h12   Luiz Fernando Lima (Twitter: @limaluizf)



Os representantes do sindicato dos professores anunciaram com antecedência que iram fazer um ato de protesto durante o desfile do Dois de Julho, data que marca o início da independência da Bahia e do Brasil. No entanto, ninguém avisou que as manifestações iriam acompanhar o governador Jaques Wagner do início ao fim do cortejo. Não teve sinal vermelho, nem sistema de segurança capazes de impedir os brados democráticos.


Houve uma tentativa de agressão física, que foi reprimida energicamente pelos policiais que faziam a segurança do governador, mas esta foi uma ação isolada, na maior parte do percurso que vai da Lapinha até o Terreiro de Jesus, o que se via e ouvia eram faixas e gritos chamando o petista de traidor, mercenário e “sem palavra”.

Para o governador Jaques Wagner, isto é uma grande injustiça. Em conversa com a reportagem do Bocão News, o gestor ressaltou que o clima é fruto de uma disputa política que tem como principais prejudicados os estudantes. As declarações de hoje são semelhantes às já feitas em outras oportunidades.

“Não considero estas manifestações justas, por tudo o que nós fizemos pela educação até hoje. O movimento estabeleceu uma bandeira irreal, que é uma bandeira de querer dar para toda a categoria o reajuste do piso e é impossível fazer isso, o orçamento do estado não aguenta isso”.

Constantemente cotestado por ter sua origem política no sindicalismo, Wagner se defende argumentando que “quando fiz greve, eu tirava o lucro do patrão para conseguir melhores salários. Eles estão tirando lucro de quem? Tirando o direito do menino que está querendo estudar. Não considero razoável, a gente já deu um reajuste acima da média nacional. O salário de educação na Bahia está entre os sete maiores do país. Se cria uma mística. Agora, me parece que se tornou uma queda de braço política”.

O discurso do governador é o mesmo e do outro lado também há a manutenção do argumento. O desfile do Dois de Julho sempre é analisado como termômetro para o período eleitoral, se for assim, os candidatos da base governista terão dificuldade de conquistar os votos destes servidores que há muito caminham ao lado dos petistas, mas as eleições acontecem em outubro e até lá tem o Sete de Setembro e o horário político eleitoral, além das próprias voltas que mundo dá.

Foto: Roberto Viana // Bocão News

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