No programa, o prefeito - que não marcou presença no desfile do 2 de Julho - comentou sobre a suspensão da Lei de Ordenamento do Uso do Solo (LOUS). "Vamos tentar mostrar que o alcance dessa decisão foi prejudicial à nossa economia. Muitas dessas obras estão em andamento", disse o gestor que, irá à Brasília tentar anular a decisão da Justiça da Bahia que cancelou o alvará de funcionamento de cerca de 12 mil empreendimentos.
Há duas semanas, o Ministério Público Estadual acatou à suspensão, "ameaçando cerca de 20 mil empregos", disse João Henrique. Segundo ele, não houve irregularidade na liberação dos alvarás. "O município não falhou em nada. Nós estamos querendo ajustar a cidade a um novo momento, a Copa do Mundo de 2014".
Mas, o intrigante é que, após o retorno à capital baiana, tudo parece estar tranquilo e sua ausência no evento cívico que marca a independência da Bahia 'passou despercebido' para o gestor.
Despercebido também são as contas de 2010. Desde que o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) foi favorável à reprovação, não há previsão de quando este parcer será votado.
Em abril, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Pedro Godinho (PMDB), disse que ainda "não é possível estipular uma data". Rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), as contas do pepista também foram reprovadas pela Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização daquela Casa. Se a Câmara também decidir reprovar suas contas em plenário, João Henrique pode ficar inelegível por oito anos.
Mas, engajado no assunto LOUS, João Henrique voltou de viagem certo também de que ninguém merece seu apoio. A decisão do prefeito - divulgada na manhã de hoje na coluna Satélite - Correio, não muda em nada os rumos da eleição municipal. Ele ficará de fora da campanha e não vai dar apoio direto a ninguém, contrariando à adesão do partido, que já aderiu ao petista Pelegrino.
Aos aliados, João Henrique confidenciou que cuidará do resto do mandato para diminuir a rejeição na capital, já pensando nas eleições de 2014 - de olho no Governo do Estado ou na vaga ocupada pelo pai, João Durval, no Senado.
Aos candidatos, um provável alívio - já que o próprio prefeito reconhece que as coisas precisam melhorar. Sendo assim, para galgar 2014, é melhor mesmo que João Henrique comece agora reconstruir a imagem que vem deixando, há um bom tempo, passar em branco.
Matéria originalmente publicada às 09h42 do dia 09/07.
Foto: Roberto Viana/ Bocão News
