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À frente da Sempre, Kiki Bispo quer ampliar benefícios sociais e reduzir desigualdades em Salvador

Imagem À frente da Sempre, Kiki Bispo quer ampliar benefícios sociais e reduzir desigualdades em Salvador
Reeleito vereador de Salvador com 7.045 votos, o democrata deixou a Câmara para assumir o posto de secretário municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/01/2021, às 05h00   Márcia Guimarães


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Reeleito vereador de Salvador com 7.045 votos, Kiki Bispo (DEM) deixou a Câmara para assumir o posto de secretário municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer. O democrata diz que sempre teve vontade de estar no Executivo e integrar a gestão do prefeito Bruno Reis (DEM) é uma oportunidade única de trabalhar pela cidade “ao lado de quem realmente executa as ações”.

Em entrevista ao BNews, Kiki aponta quais são os principais desafios à frente da Sempre, os caminhos que pretende traçar para reduzir a desigualdade social em Salvador, as estratégias para amenizar os impactos da pandemia nas classes mais vulneráveis, os projetos da pasta para ampliar os serviços à população, entre outros assuntos. 

BNews: Quais os desafios na gestão da Sempre?

Kiki Bispo: Salvador, embora tenha melhorado seus índices sociais nos últimos anos, ainda é uma cidade muito desigual. Meu maior desafio é avançar nos benefícios e assistências que a prefeitura promove, reduzindo o estado das pessoas que se encontram em vulnerabilidade social, diminuindo a pobreza em nossa cidade. Hoje, cerca 7 mil pessoas estão em situação de rua e precisamos prestar assistência social, promover políticas públicas que venham amenizar essa situação através de medidas socioeducativas, a exemplo da ampliação das Unidades de Acolhimento, dos Restaurantes Populares e da criação de novos benefícios sociais.

BNews: Como reduzir a desigualdade social em Salvador?

KB: Primeiro, formando uma equipe de qualidade nas ruas para fazer uma abordagem social extremamente criteriosa. Aliado a isso, precisamos fazer um censo social que vai nos possibilitar ter números reais e concretos de toda essa sistemática e, em cima dele, poderemos atacar diretamente os problemas hoje existentes. A população em situação de rua é apenas uma parte dos nossos assistidos. Temos pessoas que moram em áreas de risco; pessoas que migram para Salvador; idosos abandonados; idosos em asilos; dependentes químicos, entre outros. Queremos em cada segmento implementar políticas sociais. 

BNews: Quais serviços a Sempre oferece? 

KB:Oferecemos auxílio moradia quando identificamos que a pessoa está em situação de risco. O benefício é de R$ 300 e pode ser por prazo fixo ou indeterminado, a depender de cada situação. Temos o Núcleo Articulado de Ações para População em Situação de Rua (Nuar), que oferece testagem rápida, inscrição para o Bolsa Família e para uma gama de auxílios como o emergência, funeral, moradia, natalidade, além de fazer encaminhamentos para outras secretarias. O Nuar fica no bairro do Comércio e possui atendimento apropriado e específico. 

Temos 12 Unidades de Acolhimento espalhadas pela cidade, todas estruturadas com dormitório, café, almoço e jantar, atendimento médico, acompanhamento psicológico qualificado. Há pessoas que estão há meses nas unidades e sempre tem vaga disponível. 

A Sempre também possui dois Restaurantes Populares, um em São Tomé de Paripe e outro em Pau da Lima, sendo que este último mudamos o conceito e transformamos em um complexo social que oferece cursos profissionalizantes em parceria com o Sebrae e o Senac, visando qualificar as pessoas que precisam e dar a elas condições de voltarem para o mercado de trabalho. Nos Restaurantes Populares, as refeições custam R$ 1, mas por causa da pandemia, estão sendo oferecidas gratuitamente. São 350 refeições por dia em cada unidade. 

Também distribuímos cestas básicas para algumas entidades parceiras e 400 mães com filhos que possuem microcefalia e são cadastradas no Centro Dia.

BNews: Como procurar a ajuda da Sempre?

KB: Devido à pandemia, estamos com o atendimento restrito. O Bolsa Família só atende na sede da Secretaria, no Comércio, através de agendamento e com limite de pessoas, pois temos que acatar uma portaria do Ministério da Cidadania. As pessoas podem procurar a Sempre através dos sites da prefeitura, das Unidades de Acolhimento, dos 28 CRAS - Centros de Referência e Assistência Social e 7 CREAS - Centros de Referência Especializados de Assistência Social, que estão geograficamente espalhados pela cidade. Os CRAS são a porta de entrada para a Sempre e lá fazemos os devidos encaminhamentos. Também podem nos acionar através do telefone (71) 3202-2347.

BNews: Quais as estratégias da prefeitura para reduzir o impacto da pandemia?

KB: Temos o programa Salvador Por Todos, feito para os trabalhadores informais que ficaram desamparados na pandemia. A prefeitura elencou 11 categorias e há 10 meses vem pagando R$ 270. Ele foi prorrogado até março, mas o prazo pode ser ampliado a depender da situação. Dentre os 450 beneficiados estão ambulantes, baianas de acarajé, guardadores de carro e permissionários de transporte escolar, cadastrados na Semop. Também estamos voltando a distribuir as 5 mil cestas básicas. 

BNews: Qual a importância da abordagem social? Por que há pessoas que se negam a ir com as equipes?

KB: Não podemos obrigar as pessoas a nada. O trabalho da abordagem social é o primeiro contato com as pessoas em estado de vulnerabilidade. Nele, os profissionais tentam identificar o perfil de cada indivíduo e, percebendo a necessidade de assistência, tentam buscar o convencimento. Há casos em que leva-se meses para convencer. Tem pessoas resistem porque nasceram nas ruas ou foram para lá há muitos anos e não conseguem enxergar o retorno às suas atividades anteriores. É preciso muita sensibilidade para dialogar, criar uma comunicação e tentar fazer com que as pessoas entendam a importância de buscar uma de nossas unidades. Em 2020, foram mais de 7 mil atendimentos e a abordagem social tem se mostrado extremamente eficaz. 

BNews: Que projetos você lançará nesses primeiros meses na Sempre?

KB: Lançaremos o ônibus-funeral para completar o serviço do auxílio-funeral que oferecemos, pois ele atualmente dá apenas o caixão. Com o ônibus-funeral, ofereceremos flores e o ônibus para levar a família ao cemitério. Também lançaremos o Sempre Melhor, voltado para a reforma e ampliação de instituições como asilos e entidades sem fins lucrativos. É uma espécie de Morar Melhor para as instituições que estão em situação precária de funcionamento. 

BNews: Quais as suas prioridades à frente da pasta?

KB: Ampliar os benefícios, reduzir a desigualdade social, interagir forte com o social e casar as ações sociais com esportivas. Quero aumentar os investimentos, descentralizar os serviços e informar à população os serviços que tem direito e muitas vezes desconhecem. 

A pandemia fez com que suspendêssemos alguns serviços. Duas unidades móveis que poderiam estar percorrendo a cidade, levando os benefícios à população, estão paradas por determinação do Ministério da Cidadania. Finalizaram o auxílio emergencial e isso vai trazer complicações sociais, estamos muito preocupados. A economia está estagnada. As pessoas que perderam seus empregos estavam vivendo com o auxílio.

Classificação Indicativa: Livre

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