É possível que a lua de mel entre o governador Jaques Wagner e o prefeito de Salvador, ACM Neto , parida em nome do republicanismo após as eleições de outubro, acabe no metrô. Melhor dizendo: se os dois não se entenderem - até agora um fala grego e outro, troiano -, a boa vivência entre eles voa pelos ares.E o povo perde.
Wagner acha que o governo acha que está livrando a prefeitura de Salvador de um abacaxi e mesmo assim ainda está enfrentando dificuldades. Neto diz que dá a alimentação do metrô e a garantia de que não haverá concorrência com o sistema de ônibus, mas sinaliza que não vai aceitar submeter o buzu ao trem.Tal submissão estaria configurada se a remuneração que o metrô dará aos ônibus que irão nutrir as estações for R$ 0,95.
Conforme avaliação de técnicos da prefeitura, tal opção implicaria encarecer a passagem do sistema de ônibus, que poderia chegar a R$ 5. Para quem vislumbra, como Neto, engordar o caixa com a já anunciada licitação das linhas, criar tal situação seria ofertar um produto menos atraente.
Os técnicos do governo dizem que o suposto encarecimento da passagem é balela, porque os ônibus andariam bem menos, e , por tabela, os custos de manutenção seriam menores.
Em suma, os dois lados dizem que querem o entendimento, mas não parece que a coisa caminha nessa direção. Sexa haverá uma nova rodada de negociações. Pode ser a última.
Fonte: Tempo Presente/ A Tarde
