Política

Trade turístico se adapta ao caráter “caseiro” da Copa das Confederações

Imagem Trade turístico se adapta ao caráter “caseiro” da Copa das Confederações
Abav e Sindihoteis dizem que já esperavam que estrangeiros não viessem ao evento este ano  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/05/2013, às 19h04   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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O secretário estadual de Assuntos da Copa do Mundo, Ney Campello, levantou a bola: Copa das Confederações é um evento de turismo caseiro e acostumem-se com isso. Longe de espantar os integrantes do trade turístico, a opinião do secretário, retratada em entrevista à Tribuna da Bahia nesta segunda-feira (13), é interpretada como a mais pura realidade em relação ao evento.
Em entrevista ao Bocão News, o presidente da seção Bahia da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Pedro Galvão, afirmou que concorda com a análise de Campelo. Para ele, a Copa dos Confederações é uma oportunidade de atrair muito mais turistas brasileiros do que estrangeiros. Já o presidente do Sindicato dos Hotéis da Bahia (Sindihoteis), Sílvio Pessoa, disse que a certeza da pouca procura era tal que as hospedarias da cidade estão praticando para o torneio preços de baixa estação.
Mesmo assim, nenhum dos dois especialistas em turismo considera a Copa das Confederações em Salvador uma decepção no sentido da procura. Para Galvão, muitos turistas de estados próximos deverão comparecer a Salvador para assistir aos jogos, em especial Brasil x Itália. Entretanto, ele julga que de fato esperava mais gente hospedada em hoteis, mas posteriormente avaliou que a maioria do público que virá à cidade pretende ficar em pousadas ou em casas de amigos e famílias.
Sílvio Pessoa afirma que reuniu os donos de hotéis e juntos houve o entendimento geral de que Salvador não teria muita participação turística na Copa das Confederações. Desta maneira, não houve criação de pacotes especiais e a expectativa se confirmou. Houve hotéis em Salvador que conseguiram bons números de reservas, mas o empresário afirma que a maioria dos empreendimentos conta apenas com o movimento típico da temporada.
“Internacionalmente também não aconteceria, porque a FIFA colocou apenas 0,8% dos ingressos de Brasil x Itália para vendas internacionais e 2,6% dos outros jogos em Salvador. Então realmente não teríamos muitos turistas. É mais um evento para consumo interno”, explica Pessoa. Os dois dirigentes são unânimes também em analisar que a grande importância das Confederações é a mídia que o evento gera para o destino Salvador.
Com a divulgação que a imprensa do mundo inteiro trará para a cidade, os empresários imaginam que haverá grande participação turística internacional na Copa do Mundo e posteriormente. Assim, aumentam bastante as chances de que turistas de grande poder aquisitivo desembarques na cidade, clientes que o presidente da Abav designa como “bala na agulha”. Ou seja, aqueles que gastam mais dinheiro e, em sua análise, se diferenciam totalmente dos turistas que vêm à cidade na ocasião do Carnaval.
“Se o turista estrangeiro vem, no futuro gera a vinda de visitantes a Salvador da melhor qualidade, com condição maior de gastar. Muito maior do que aquele que quem vem para o Carnaval. Ainda temos tempo de fazer esta divulgação e investimentos corretamente para que na Copa a Bahia e Salvador estejam preparados. Se estiver, isto vai levar um boca a boca que futuramente vai beneficiar muito a cidade”, acredita Galvão.

Nota originalmente postada às 15h do dia 13

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