Política

“Radical” da reforma, Hilton suspeita de arranjos “inconfessáveis”

Imagem “Radical” da reforma, Hilton suspeita de arranjos “inconfessáveis”
Vereador do Psol diz que reforma é "retrocesso" e que votação teve muitos acordos não-publicados  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/06/2013, às 06h33   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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Entre todos os vereadores da Câmara de Salvador, Hilton Coelho (Psol) e Waldir Pires (PT) foram os únicos que agiram de maneira “radical” contra a Reforma Tributária da Prefeitura, aprovada na madrugada desta quinta-feira (6). Os dois foram contra até mesmo o texto-base da matéria, aprovado por 40 votos a 2. De acordo com Hilton, a postura não é de intransigência, mas sim de defesa dos interesses da cidade.
Ele afirma também que a velocidade com que houve a votação após um período de incertezas indica que houve uma série de acordos entre governo e vereadores e que estes arranjos seriam “inconfessáveis” em seu teor verdadeiro. Apesar de sugerir a venda de almas de colegas de Câmara, Hilton jura não saber de nenhum acordo, mas tem certeza da existência deles.
“Eu não vou citar nomes de colegas porque senão seria complicado, mas eu vi que havia um clima de negociação para garantir a votação se arrastando. Havia um clima de muito constrangimento por causa disso durantea votação. As garantias não se apresentaram publicamente, porque estes acordos devem ser inconfessáveis. É triste que essa relação de toma lá dá cá se perpetue na Câmara de Salvador”, lamentou o pessolista.
Segundo Hilton, votar contra o projeto 161, que corresponde ao texto-base, foi uma opção porque ele e todas as outras emendas fazem parte de uma concepção idêntica. O vereador avalia que a criação de empresas para gerir as dívidas e captar novas fontes de renda para o Município se configurará em desperdício de dinheiro público, desvalorização dos servidores de carreira da Secretaria da Fazenda, além de inutilizá-la, somado ao que considera temeridades nos perdões de dívidas.
“É um retrocesso tremendo, porque a prefeitura não fez a opção de cobrar a dívida ativa, porque 70%, 80% da dívida é feita de devedores que têm grandes patrimônios. Se a Sefaz for investigar a dívida, vai chegar a esse montante. A dívida é pagável, mas a prefeitura resolveu abrir mão”, reclamou. Para Hilton, a história ainda não chegou ao fim e que seu mandato irá encampar brigas futuras relativas à reforma.
Na próxima terça-feira (11), o edil promete abrir mais uma sessão de seu mandato de rua e instalar uma estrutura na Praça da Piedade para distribuir informações e abrir debates no local. Além disso, prometeu também que um carro se som percorrerá o local para convocar a população a participar do evento. “Muita água vai rolar e nós vamos jogar água nesse moinho.”

Publicada no dia 06 de junho de 2013, às 12h16

Classificação Indicativa: Livre

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