Política

Luiza Maia diz que sofre “perseguição política” de Zé Neto

Imagem Luiza Maia diz que sofre “perseguição política” de Zé Neto
Deputada estadual tenta emplacar CPI do tráfico de pessoas, mas vê colega empenhado em atrapalhá-la  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 15/06/2013, às 08h07   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)



Tão sem papas na língua quanto Zé Neto, a deputada petista Luiza Maia respondeu às justificativas do colega de Assembleia Legislativa, que se recusa a levar adiante sua proposta de montar na Casa a CPI do tráfico de pessoas. A parlamentar alega que não consegue enxergar nenhum motivo factível que possa justificar a postura do líder do Governo e que, na sua opinião, Zé Neto faz contra ela uma espécie de “perseguição política”.
Luiza enxerga a atitude porque sequencialmente diz ter seus projetos, sugestões e debates desqualificados pelo parlamentar feirense, que além de se colocar contra a CPI também não apoiou o projeto da Lei Antibaixaria, aprovado no ano passado. “Eu acho que ele tem alguma cisma comigo. Não é nada pessoal, porque não sou amiga do deputado Zé Neto, não temos nenhuma relação pessoal. Ele quer me tirar por ele. Ele é líder, então que se coloque como líder”, criticou.
A deputada diz também que continuará a defender suas bandeiras na Assembleia e alega não ter se arrependido nas vezes em que se colocou contra o governo em questões polêmicas, notadamente no episódio relativo à greve dos professores de 2012. Na ocasião, Luiza Maia disse ter votado contra a base porque não estava sendo ouvida pelos pares e também considerou a condução do movimento errada. 
Desafiadora, a parlamentar disse não ter medo do colega, nem da liderança e nem mesmo de uma eventual perseguição do governador Jaques Wagner. Zé Neto, porém, foi o alvo preferencial das explicações. “Eu não tenho medo do machismo de Zé Neto, do descaso de Zé Neto e da sacanagem que Zé Neto faz com o movimento reivindicatório das mulheres. Ele é um machista e não quer reconhecer isso. Se não quer apoiar a CPI do tráfico de pessoas, que tenha a coragem de dizer porque de verdade”.
No tocante às alegações do líder para com os motivos práticos da CPI, Luiza Maia alega ter enviado para o deputado um documento completo com lista de casos-chave para que a comissão fosse instalada. Portanto, no seu entendimento, Neto está sendo “contraditório” ao alegar que não há fatos para embasar a investigação. Além disto, o caráter silencioso do tráfico não pode ser tomado como desculpa para que não haja um movimento para contestá-lo, argumenta a petista.
A decisão sobre a instalação ou não da CPI do tráfico de pessoas na Bahia ficará provavelmente para a terça-feira que vem. De acordo com o regimento, as proposições de investigações podem ter votação em plenário para indicação de integrantes ao grupo quando não há a indicação por parte das lideranças. O movimento burocrático é o último esperado pela parlamentar para o início dos trabalhos.

Nota originalmente postada às 13h do dia 14

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