Política

Deputado petista dispara contra Lula

Agência Câmara
Às vésperas de deixar o partido, Domingos Dutra diz que ex-presidente piorou a política ao fazer algumas alianças  |   Bnews - Divulgação Agência Câmara

Publicado em 10/08/2013, às 18h28   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O deputado Domingos Dutra (PT-NA) deve deixar o partido que fundou nos próximos dias. Em contagem regressiva para cair na Rede – partido em processo de criação de Marina Silva – o ainda petista disparou contra o ex-presidente Lula. Em um evento no Maranhão, Dutra foi às lágrimas ao confirmar a saída do partido.

Dutra afirma que Lula é o principal responsável pela aliança do PT maranhense com o que chama de “a mais nojenta e antiga” oligarquia do país, a família Sarney. “Enfrentamos os piores momentos, como a ditadura e a oligarquia Sarney, vendendo camiseta, fazendo feijoada, enfrentado pistoleiro para construir o PT e ver o Lula presidente. O resultado foi Lula na Presidência. Mas o amigo dele na Presidência foi o Sarney. E os fundadores do PT foram relegados”, reclama Dutra. O petista afirma que a única hipótese de seguir no partido seria o improvável rompimento do PT com o “curral” de Sarney.

A aliança com Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá foi bastante criticada. “Pela popularidade, pelo carisma e pela inteligência que tem, Lula poderia ter melhorado a política. Mas, pelo contrário, ele inflou a ação de figuras como Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Todos os estados se beneficiaram do governo do PT, mas o governo do PT manteve o Maranhão no estado de miséria”, reforça.

Para o deputado, o PT acabou “engolido” pelo “sistema” desde que passou a abrir o leque de alianças partidárias e a ter um perfil mais “elitista” de militantes. “Os filiados pobres não apitam mais no partido. Os operários e os servidores públicos foram tomando conta do PT. Os atingidos por barragem e os quilombolas, por exemplo, já não apitam mais”, afirma.

Rede

Dutra acredita que, apesar das críticas à criação de uma nova legenda (já são mais de 30 no Brasil), a Rede tem condições de fazer a diferença por causa do perfil das pessoas que agrega e pela proposta de fazer política de outra maneira. “Na Rede, a direção é horizontal, não tem presidente ou porta-voz. O político só poderá ter, no máximo, 16 anos de mandato. Isso vai permitir candidaturas cívicas de movimentos sociais”, afirma.

Mas, para se tornar realidade, a Rede corre contra o tempo: precisa reconhecer em cartório 491.656 assinaturas até o começo de outubro. Até o momento, os aliados de Marina conseguiram certificar 160 mil assinaturas. O grupo alega ter em mãos o apoio de mais de 800 mil eleitores.

Em maio, a ex-senadora Marina Silva esteve em Salvador para coletar assinaturas em busca da criação de seu novo partido político. A expectativa era de coletar mais de 55 mil assinaturas.

Classificação Indicativa: Livre

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