Política

Conselho do Carnaval causa polêmica em votação de comissão da Câmara

Imagem Conselho do Carnaval causa polêmica em votação de comissão da Câmara
Entidades excluídas do grupo por relatório de Cláudio Tinoco (DEM) protestaram e forçaram mudanças  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/08/2013, às 06h30   Lucas Esteves (Twitter: @bocaonews)


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A reunião da Comissão Especial do Carnaval da Câmara de Vereadores de Salvador ocorrida na manhã desta segunda-feira (19) teve ingredientes de tensão. O encontro serviria para que os vereadores do grupo votassem o relatório do colega Cláudio Tinoco (DEM) sobre uma série de mudanças na festa, mas entidades carnavalescas que se sentiram prejudicadas pela redação final do documento compareceram para exigir alterações.
É o caso da Associação Baiana de Trios Independentes (ABTI) e representantes de blocos de índios. Pela primeira redação do relator, ambas estariam fora do Conselho do Carnaval (ConCar) por uma questão técnica e numérica. Em busca de reverter este processo, os representantes das entidades compareceram ao encontro e também pediram reforço da edil Ana Rita Tavares (PV), que não fazia parte da comissão.
O novo parâmetro para composição do ConCar seria a de que as entidades carnavalescas só teriam um lugar no grupo caso houvesse um mínimo de 10 associados em cada modalidade. Por conta disto, blocos de Percussão, Travestidos e Índios ficariam fora por não alcançarem este número mínimo. Já a ABTI seria reclassificada como uma entidade técnica e instrumental, excluída da representação artística e, portanto, excluída.
As reclamações começaram a chegar na última sexta-feira (16) após o anúncio do relatório de Tinoco. Ele, porém, defendeu seu entendimento explicando que o documento trata-se das conclusões de uma série de debates e também de um seminário de três dias realizado recentemente. A pressão das entidades terminou fazendo efeito e as alterações propostas foram acatadas, o que permitiu o retorno da ABTI ao Conselho na redação final do relatório.
Já os blocos de Travestidos e Índios foram agrupados na mesma categoria e, portanto, deverão dividir a mesma cadeira no grupo, entrando em acordo mútuo para defender seus interesses. A decisão, porém, não teve o aval dos representantes dos índios, que se retiraram do encontro antes de sua abertura oficial alegando não aceitarem ser “massa de manobra”. 
O vereador Pedrinho Pepê (PMDB) lamentou o episódio e disse que a manutenção dos índios no conselho é necessária devido à representação histórica das duas entidades da cidade. “Eu era criança e esses blocos já saíam no Carnaval. Os blocos de índios são mais antigos do que boa parte das pessoas vivas atualmente”, defendeu.
Mesmo assim, ainda resta um grande caminho a ser percorrido e que nem tudo será válido para o carnaval do ano que vem. “É só o início das discussões no âmbito da Câmara Municipal. Dos frutos deste relatório serão criadas emendas à Lei Orgânica do Município, que define a composição do Conselho”, explicou Cláudio Tinoco. Devido à burocracia necessária, há a certeza apenas de que a nova composição do ConCar será válida para 2014. Outras atribuições são de competência do Poder Executivo estadual e municipal e, por isto, haverá audiências com o prefeito ACM Neto e com o governador Jaques Wagner para debater o fato.

Publicada no dia 19 de agosto de 2013, às 13h50

Classificação Indicativa: Livre

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